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    ONU decide encerrar missão de paz comandada pelo Brasil no Haiti

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    13/04/2017 13h16

    Hector Retamal - 11.mar.2014/AFP
    (FILES) This file photo taken on March 11, 2014 shows a Brazilian soldier of the MINUSTAH (United Nations Stabilization Mission in Haiti) peacekeeping contingent patroling in the Cite Soleil slum of Port-au-Prince. The United Nations Security Council on Thursday agreed to shut down the peacekeeping mission in Haiti after 13 years and replace it with a smaller police-only force. / AFP PHOTO / HECTOR RETAMAL ORG XMIT: HR181
    Soldado brasileiro integrante da força de paz Minustah, que atua há 13 anos em território haitiano

    O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) concordou nesta quinta-feira (13) em terminar com sua missão de paz no Haiti, após 13 anos de atividade.

    Aprovado por unanimidade, o fim da Minustah, como é conhecida, ocorrerá no dia 15 de outubro. Dentro dos próximos seis meses, os soldados que a integram devem começar a se retirar do país.

    Em seu lugar passará a vigorar a Missão das Nações Unidas de Apoio à Justiça no Haiti, que deverá ter sete unidades com 980 agentes e 295 oficiais.

    A ideia é que a nova força policial seja substituída em dois anos. Neste período, sua meta é ajudar na construção e consolidação da polícia haitiana.

    A Minustah foi implementada após a deposição do presidente Jean-Bertrand Aristide, em 2004, para controlar a violência instaurada no país, mas nunca contou com a simpatia da população local.

    "Iniciativas para a manutenção da paz são fantásticas, mas são muito caras e devem ser usadas somente quando necessário", disse à imprensa o embaixador do Reino Unido na ONU, Matthew Rycroft, antes da reunião que selou o encerramento das atividades.

    Com custo anual de US$ 346 milhões (pouco mais de R$ 1 bilhão), a missão não está entre as operações mais caras da ONU, mas seu fim sugere uma mudança em favor de ações menores.

    O Brasil no Haiti VA

    BRASIL NO HAITI

    O Brasil comanda a operação em território haitiano desde 2004. Em entrevista à Folha em março deste ano, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que o país pretende assumir uma nova missão da ONU assim que as tropas brasileiras saírem do país.

    "Nossa missão está encerrada. Estamos estudando as alternativas, enquanto aguardamos o cronograma da ONU", revelou o ministro. O destino deve ser o Líbano ou algum país africano.

    O Brasil já é o comandante do destacamento naval da Unifil, uma intervenção iniciada em 1978, após a invasão israelense no Líbano.

    Tudo isso depende de negociação entre o Brasil e a ONU. Ao longo dos quase 13 anos de existência da Minustah, o nome da missão no Haiti, 36.058 militares passaram pela ilha caribenha. Ao todo, o país gastou R$ 2,55 bilhões nas operações, tendo recebido R$ 930 milhões em reembolsos das Nações Unidas.

    Houve momentos de crise na missão. Em 2010, quando um terremoto devastou o Haiti, foi necessária o auxílio americano para facilitar o trabalho de ajuda às vítimas. O sismo matou 18 militares –outros nove morreram durante as operações, num total de 27.

    Do lado positivo, além da experiência de comando multinacional, o patrulhamento de favelas haitianas ajudou a capacitar as Forças Armadas para operações urbanas em lugares como o Rio ou o Espírito Santo.

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