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    China diz que 'tempestade' se aproxima de península Coreana

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
    DO "NEW YORK TIMES"

    14/04/2017 15h43 - Atualizado às 19h13

    O governo da China afirmou nesta sexta (14) temer que a situação na península Coreana se torne incontrolável, no momento em que um porta-aviões dos EUA se dirige para região em meio a temores de que Pyongyang possa realizar em breve seu sexto teste de armas nucleares.

    "Os Estados Unidos, a Coreia do Sul e a Coreia do Norte estão envolvidos em uma disputa que pode trazer uma tempestade [para a região da península Coreana]", afirmou o chanceler chinês, Wang Yi, a repórteres em Pequim.

    Reuters
    O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un inspeciona unidade das Forças Armadas do páis
    O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un inspeciona unidade das Forças Armadas do páis

    Wang acrecentou que "se eles deixarem uma guerra estourar na península, devem assumir essa culpa histórica e pagar o preço disso".

    A China, principal aliada e vizinha da Coreia do Norte, que oficialmente se opõe ao seu programa de armas, pediu que se busque a desnuclearização da península coreana por meio do diálogo.

    "Pedimos a todas as partes para que deixem de provocar e ameaçar umas às outras, seja com palavras, seja com ações, e não permitam que a situação chegue a um estágio irreversível e incontrolável", afirmou Wang.

    PRONTA PARA A GUERRA

    As declarações do chanceler chinês ocorrem no mesmo dia em que o governo norte-coreano disse estar preparado para lançar ataques preventivos caso os Estados Unidos demonstrem qualquer sinal de agressão.

    "Nós iremos para a guerra se eles escolherem", vice-chanceler da Coreia do Norte, Han Song Ryol, em entrevista à agência de notícias Associated Press, acrescentando que o governo Trump é "mais perverso e mais agressivo" que os anteriores.

    "Trump está sempre fazendo provocações com suas palavras agressivas. Não é a República Popular Democrática da Coreia, mas os EUA e Trump que causam problemas", disse o diplomata.
    Há duas semanas, o presidente dos EUA pediu à China que "resolvesse" a questão norte-coreana.

    Também nesta sexta, o Exército da Coreia do Norte ameaçou "devastar impiedosamente" os EUA caso o país realize um ataque. "Nossa ação mais dura contra os EUA e suas forças vassalas será tomada de forma tão impiedosa que os agressores não sobreviverão."

    O Exército norte-coreano afirma que poderia aniquilar "em minutos" alvos como as bases norte-americanas na Coreia do Sul, bem como a residência do chefe de Estado desse país, conhecida como Casa Azul.

    Os militares ainda citaram o que veem como provocações militares do governo Trump, como as ameaças de uma ação unilateral e o envio de um porta-aviões para a região.

    "Nada será mais tolo do que os Estados Unidos acharem que podem nos tratar da mesma maneira como trataram o Iraque e a Líbia, vítimas miseráveis de sua agressão, além da Síria, que não respondeu imediatamente mesmo depois de ser atacada."

    As declarações do regime norte-coreano ocorrem em meio a tensões crescentes na região. Nos últimos dias, os Estados Unidos enviaram uma frota da Marinha para a península coreana e Donald Trump afirmou que a Coreia do Norte é "um problema que será resolvido".

    Além disso, imagens de satélite revelaram que o país está preparado para conduzir um novo teste nuclear.

    Sobre a realização de testes nucleares, o vice-chanceler norte-coreano disse que "isso ocorrerá no momento e local que nosso quartel-general julgar necessário" e que o país continuará desenvolvendo seu arsenal.

    A Coreia do Norte se prepara para as celebrações, neste sábado (15), do 105º aniversário de Kim Il-sung, fundador do país e avô Kim Jong-un, e frequentemente usa tais ocasiões para demonstrar seus avanços militares.

    Editoria de Arte/Folhapress
    Raio-x Coreia do Norte
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