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    Europa deve fazer frente a Moscou, diz governo lituano

    IGOR GIELOW
    DE SÃO PAULO

    15/04/2017 02h00

    Para o governo da Lituânia, um dos países da Otan que busca o rearmamento e que já se comprometeu a elevar o gasto militar dos atuais 1,49% do PIB para 2%, é essencial que a Europa se defenda da Rússia.

    "O principal gatilho do aumento é a ameaça constante do lado russo, manifesta na grande militarização de Kaliningrado, a integração militar com as forças de Belarus, os enormes exercícios de natureza ofensiva nas fronteiras dos Estados Bálticos e da Polônia", disse à Folha o ministro da Defesa lituano, Raimundas Karoblis.

    A decisão de atingir os 2% em 2018 foi tomada no ano passado, e segundo Karoblis a discussão atual é de aumentar ainda mais o percentual.

    Sua citação a Kaliningrado não é gratuita. O encrave europeu russo, um resquício da antiga União Soviética, recebeu sistemas antiaéreos poderosos e, segundo relatos, mísseis com capacidade nuclear Iskander.

    Assim como Estônia e Letônia, a Lituânia fazia parte da União Soviética e abriga população étnica russa, o que torna a relação com Moscou ainda mais sensível.

    O presidente Vladimir Putin falou diversas vezes sobre sua responsabilidade sobre os russos morando fora da Rússia, algo visto como uma sugestão intervencionista nos Estados Bálticos.

    O ministro afirma que o objetivo de elevar o gasto militar era antigo, mas foi prejudicado pela crise econômica global de 2008 e a necessidade de o país investir em sua independência energética com a criação de um grande terminal de gás natural.

    Karoblis não elenca a pressão de Donald Trump como uma ameaça real à Otan. Para ele, a Rússia é o problema.

    "[O governo russo] claramente demonstra a intenção de usar força militar para atingir seus objetivos políticos, como está provado pelos eventos na Geórgia, Ucrânia e Síria", disse.

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