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    Entenda a crise política e econômica na Venezuela em cinco episódios

    DA AFP

    19/04/2017 15h06

    Chavismo e oposição voltam a se enfrentar nesta quarta-feira (19) em manifestações em Caracas, em um novo episódio da crise política e econômica dos quatro anos de governo de Nicolás Maduro.

    Os protestos de abril já deixaram seis mortos e mais de 500 detidos. A ação de policiais e militares, além de milícias armadas chavistas, contribuem para aumentar a violência nas manifestações.

    Abaixo, separamos momentos-chave da crise venezuelana.

    Marcelo Garcia - 11.mar.2013/Presidência da República/AFP
    Então presidente interino, Maduro anuncia sua candidatura após a morte de Chávez, em março de 2013
    Então presidente interino, Maduro anuncia sua candidatura após a morte de Chávez, em março de 2013

    2013: MORTE DE CHÁVEZ E ELEIÇÃO DE MADURO

    O presidente Hugo Chávez, fundador da Revolução Bolivariana, morreu de câncer em 5 de março de 2013.

    Maduro, que era seu vice-presidente e herdeiro político, venceu as eleições seguintes por uma estreita margem sobre o opositor Henrique Capriles.

    2014: QUEDA DO PETRÓLEO

    O preço do petróleo, que atingiu US$ 100 o barril, começou a cair em 2014, até chegar a apenas US$ 33 dólares em 2016 e US$ 44 neste ano.

    Essa queda cortou drasticamente as importações e fez disparar a escassez de alimentos, medicamentos e insumos para a indústria, em meio a um rígido controle de preços e de câmbio por parte do governo.

    Junto à deterioração econômica, a oposição radical liderada por Leopoldo López voltou às ruas para exigir a renúncia de Maduro, em protestos que deixaram 43 mortos entre fevereiro e maio. Acusado de incitar a violência, López cumpre uma condenação de quase 14 anos de prisão.

    2015: VITÓRIA OPOSITORA

    Em meio à crise econômica, o chavismo sofreu em dezembro seu pior revés em 17 anos de governo, ao perder de forma arrasadora as eleições parlamentares.

    Começa então uma severa crise institucional: o governo, com o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e outros poderes públicos acusados de servir ao chavismo enfrentam o Parlamento controlado pela oposição.

    2016: REFERENDO

    O TSJ reduziu os poderes legislativos da oposição ao declarar o Parlamento em desacato e anular todas as suas decisões.

    A oposição tentou convocar um referendo revogatório para tirar Maduro do poder, mas, em outubro, o CNE suspendeu o processo, argumentando fraude no recolhimento de assinaturas necessárias para sua realização e adiou para 2017 as eleições de governadores previstas para 2016.

    A oposição convocou protestos em massa, mas a pressão baixou quando aceitou um diálogo com o governo, promovido pelo Vaticano, a um alto custo político. Em dezembro, os opositores pararam as negociações, acusando o governo de não cumprir com os acordos.

    2017: VOLTA ÀS RUAS

    No final de março, o TSJ assumiu as funções do Parlamento e suspendeu a imunidade dos deputados, o que a oposição considerou um golpe de Estado.

    Paralelamente, a Controladoria tirou os direitos de Henrique Capriles para exercer cargos públicos por 15 anos. Isso deixou de fora da disputa eleitoral os dois opositores mais bem colocados nas pesquisas, Capriles e López.

    Depois de forte pressão internacional, as decisões do TSJ foram parcialmente anuladas. Mas a oposição se lançou às ruas em abril para exigir a destituição dos juízes do Supremo, a independência do Parlamento e eleições gerais.

    O governo descarta antecipar as eleições presidenciais, marcadas para dezembro de 2018.

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