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    Temer diz que só 'eleições livres' poderão resolver crise na Venezuela

    DE SÃO PAULO

    22/04/2017 11h24

    Ueslei Marcelino - 12.abr.2017/Reuters
    Brazil's President Michel Temer attends a ceremony at the Planalto Palace in Brasilia, Brazil April 12, 2017. Picture taken April 12, 2017. REUTERS/Ueslei Marcelino ORG XMIT: UMS03
    O presidente Michel Temer durante cerimônia em Brasília

    Para o presidente Michel Temer, a crise na Venezuela só poderá ser resolvida por meio de "eleições livres" e que, sem elas, o país perderá as "condições de convivência" no Mercosul.

    As declarações foram dadas em entrevista à agência Efe, publicada neste sábado (22).

    Na entrevista, Temer disse esperar que "muito proximamente haja uma solução pacificadora na Venezuela por meio de eleições livres e com aplicação plena dos princípios democráticos".

    Ele disse ainda esperar uma próxima reunião do Mercosul para "decidir" sobre a condição da Venezuela e que o bloco trabalha para que "haja logo uma solução política na Venezuela, pois não pode continuar essa situação".

    Presidida por Nicolás Maduro, a Venezuela enfrenta uma grave crise política e econômica. Nas últimas três semanas, houve grandes protestos no país, marcados por confrontos entre manifestantes e a polícia e por saques a lojas. A onda de violência deixou 20 mortos.

    A oposição usa os protestos como uma forma de pressionar Maduro a convocar as eleições regionais, que deveriam ter ocorrido em dezembro, libertar opositores presos, resolver a crise econômica e aceitar ajuda humanitária.

    O Brasil, por exemplo, enviou uma doação de medicamentos ao país vizinho, mas o material foi recusado.

    Na sexta-feira (21), o Ministério das Relações Exteriores do Brasil lançou um comunicado conjunto com outros países da América Latina condenando a violência na Venezuela e pedindo que o governo do país "adote medidas para garantir os direitos fundamentais e preservar a paz social".

    "É imperativo que a Venezuela retome o caminho da institucionalidade democrática e que seu governo defina as datas para o cumprimento do cronograma eleitoral, liberte os presos políticos e garanta a separação dos poderes constitucionais", diz a nota.

    Além do Brasil, assinaram o documento Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai.

    A Venezuela é um dos assuntos a serem discutidos entre Temer e o premiê espanhol Mariano Rajoy, que será recebido no Brasil na segunda (24).

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