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    Ex-ministro do Equador é preso sob acusação de receber propina da Odebrecht

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    23/04/2017 12h58

    Mauricio Muñoz/Presidencia de República
    Alluriquín, (Santo Domingo de los Tsátchilas), 27 sep. 2012.- El Presidente de la República, Rafael Correa, durante su recorrido por las instalaciones del Proyecto Hidroeléctrico Toachi Pilatón ubicado en el Recinto Las Palmas kilometro 70. Foto: Mauricio Muñoz E / Presidencia de la República
    Obras da hidrelétrica Toachi Pilatón, cujo contrato teria gerado propinas, de acordo com investigadores

    A Justiça do Equador determinou neste sábado (22) prisão preventiva de 90 dias para o ex-ministro da Energia Alecksey Mosquera, no âmbito de uma investigação sobre subornos de US$ 33,5 milhões (cerca de R$ 105 milhões) pagos pela empreiteira brasileira a funcionários do governo do Equador.

    Identificado pela Procuradoria como Alexei M., entre 2007 e 2009, Mosquera foi ministro de Energia no governo do presidente socialista Rafael Correa, que termina sua gestão em 24 de maio, após dez anos no poder.

    O também detido Marcelo E. cumprirá prisão domiciliar por ter 70 anos de idade.

    "A juíza dispôs prisão preventiva para Alexei M. e prisão domiciliar para Marcelo E.", indicou o procurador-geral Galo Chiriboga no Twitter, depois da audiência de apresentação de acusações em um tribunal em Quito.

    A instrução judicial levará 90 dias e, nesse período, ambos terão suas contas bancárias bloqueadas.

    Os dois são os primeiros detidos no Equador como parte do inquérito para tentar esclarecer o escândalo de corrupção da Odebrecht no país.

    O jornal estatal "El Telégrafo" informou que Mosquera e Marcelo E. foram acusados de lavagem de dinheiro e que os dois teriam sido capturados na sexta-feira (21).

    Ainda segundo "El Telégrafo", o procurador Wilson Toainga apresentou provas de depósitos bancários de US$ 924 mil (cerca de R$ 2.9 milhões) para Mosquera, e US$ 80 mil (R$ 252 mil) para Marcelo.

    Esses valores "lhes teriam sido dados pela Odebrecht para o contrato de construção da hidrelétrica Toachi Pilatón", firmado em 2007. Depois disso, o Estado equatoriano rompeu o acordo e indenizou a empreiteira.

    A Procuradoria abriu essa investigação após a revelação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em dezembro, de que a Odebrecht pagou, entre 2007 e 2016, um total de US$ 33,5 milhões (cerca de R$ 105 milhões) a funcionários equatorianos.

    A Justiça equatoriana já bloqueou pagamentos de US$ 40 milhões (aproximadamente R$ 126 milhões) à Odebrecht para garantir uma indenização ao Estado, ao mesmo tempo em que proibiu temporariamente que as instituições estatais assinem contratos com a empresa brasileira.

    O Brasil entregará ao Equador dados sobre os supostos subornos a partir de junho, após o fim do prazo do sigilo judicial com a Odebrecht, de acordo com anúncio do procurador-geral feito no mês passado.

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