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    Agora presidentes, Macri e Trump se reencontram após mais de 30 anos

    SYLVIA COLOMBO
    DE BUENOS AIRES

    27/04/2017 02h00

    Mauricio Macri tinha 25 anos quando se encontrou pela primeira vez com Donald Trump, então com 37, nos EUA. Era a estreia profissional no exterior de Macri, enviado pelo pai, o empresário Franco Macri, que planejava erguer com o norte-americano um empreendimento imobiliário em Nova York.

    O negócio não prosperou, mas as famílias se aproximaram e se visitaram por anos.

    A boa relação, porém, não se converteu em apoio de Macri à candidatura de Trump.

    Eitan Abramovich - 6.abr.2017/AFP
    O presidente da Argentina, Mauricio Macri, discursa na edição latino-americana do Fórum Econômico
    O presidente da Argentina, Mauricio Macri, discursa na edição latino-americana do Fórum Econômico

    Em mais de uma ocasião na campanha, o presidente argentino expressou preferência por Hillary Clinton. Afinal, a democrata seria a garantia de continuidade da aproximação política e comercial a que Macri tinha dado início com Barack Obama quando este visitou a Argentina, no ano passado.

    É esse clima de estranhamento que o argentino tentará dissipar ao se reunir novamente com Trump nesta quinta (27), mais de 30 anos após a primeira visita e agora com ambos presidentes.

    A visita durará 90 minutos (o dobro do que durou a do peruano Pedro Pablo Kuczynski em fevereiro), com direito a reunião privada entre os mandatários, almoço com as primeiras-damas e pronunciamento à imprensa.

    A agenda argentina vai privilegiar temas comerciais.

    Macri deve expressar preocupação com a barreira protecionista a produtos argentinos nos EUA, sobretudo ao limão, e insistir em mostrar a Argentina como país aberto a investimentos e à entrada de empresas americanas. Interessa ao mandatário, também, atrair petroleiras dos EUA para explorar combustíveis não convencionais em Vaca Muerta, na Patagônia.

    Os dois presidentes compartilham a preocupação com a crise crescente na Venezuela, que deve ser um dos tópicos da agenda. O país anunciou nesta quarta que deixaria a Organização dos Estados Americanos (OEA).

    Já Macri, que se aproxima do presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, deve dizer a Trump que espera que uma renegociação do Nafta (Acordo Livre Comércio da América do Norte) seja proveitosa para ambos os países, segundo a Folha apurou.

    A mídia americana informa que Trump prepara um decreto para lançar um processo de 90 dias de retirada do bloco, durante o qual tentará renegociar suas regras.

    Macri, que segue depois para Japão e China, será o segundo presidente latino-americano a visitar Trump.

    O primeiro foi Kuczynski. Em maio, será a vez do colombiano Juan Manuel Santos.

    Há duas semanas, Trump convidou para encontro informal em Mar-a-Lago os dois principais inimigos de Santos —seus antecessores Álvaro Uribe e Andrés Pastrana, o que causou incômodo na Presidência colombiana.

    Além disso, o governo Trump prevê cortar ao menos 21% da ajuda anual que envia à Colômbia para combater o narcotráfico e que, segundo o acordado entre Santos e Obama, seria usado agora na implementação da estrutura do pós-conflito.

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