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    Governo Trump

    Aprovação de Trump segue alta entre seus eleitores, aponta pesquisa

    ISABEL FLECK
    DE WASHINGTON

    29/04/2017 02h00

    Quando Donald Trump atacou a Síria, no início de abril, o comerciante Vincent James, 31, que tem uma pequena gráfica na Califórnia, teve a primeira decepção com o presidente que ajudou a eleger. Para James, não é hora de os EUA se envolverem em outra guerra para derrubar um regime.

    A ação, contudo, não foi suficiente para fazer com que o americano mudasse sua opinião sobre Trump. James está entre os 96% de eleitores do republicano que dizem não se arrepender de seu voto, segundo uma pesquisa ABC/"Washington Post" divulgada no último domingo.

    Scott Olson/Getty Images/AFP
    ATLANTA, GA - APRIL 28: President Donald Trump speaks at the NRA-ILA's Leadership Forum at the 146th NRA Annual Meetings & Exhibits on April 28, 2017 in Atlanta, Georgia. The convention is the largest annual gathering for the NRA's more than 5 million members. Trump is the first president to address the annual meetings since Ronald Reagan. Scott Olson/Getty Images/AFP == FOR NEWSPAPERS, INTERNET, TELCOS & TELEVISION USE ONLY ==
    O presidente Trump discursa na conferência anual da Associação Nacional de Rifles, em Atlanta

    De acordo com a mesma sondagem, 84% dos republicanos concordam com o governo de Trump até agora, apesar de sua aprovação geral, de 42%, ser a pior entre os presidentes desde Harry Truman (1945-1953) para os primeiros cem dias. O levantamento ouviu 1.004 adultos na semana anterior, e tem margem de erro de 3,5 pontos.

    Outras pesquisas, com resultados semelhantes, mostram que Trump já perdeu um pouco do apoio que tinha em janeiro entre os republicanos e os eleitores brancos —sua base—, mas ainda conta com a aprovação de oito em cada dez eleitores do partido.

    "Eu votaria nele de novo", diz James, que, em 2008, escolheu Barack Obama, e, em 2012, o republicano Mitt Romney. "Vi que o governo Obama estava quebrando o país."

    O empresário, que é casado com uma brasileira e tem cinco filhos, diz considerar que Trump está cumprindo o que prometeu. "Claro que eu sabia que ele não faria tudo, porque nenhum deles faz."

    Ele cita como exemplo de promessa cumprida o decreto que proibiu ex-funcionários do governo de fazer lobby por cinco anos. "Agora vamos esperar a reforma tributária", disse, defendendo o aumento de impostos de importação antes de Trump apresentar sua proposta, na última quarta-feira. O ponto, contudo, ficou de fora.

    Para Donald Kettl, especialista da Brookings Institution, a razão de o presidente ainda ter tanto apoio entre seus eleitores é a esperança na aposta de que o republicano reverterá decisões do governo anterior. "Seu grande sucesso foi aproveitar a profunda insatisfação de muitos eleitores. E essa insatisfação ainda permanece", diz.

    A expectativa positiva sobre Trump é o que também ainda dá a ele "espaço de manobra" para mudar em algumas posições, segundo Kettl.

    "Seus apoiadores não esperam consistência, mas sim que ele mantenha esse perfil de indignação. Em algum momento, porém, ele terá que apresentar resultados."

    Michael Traugott, cientista político da Universidade de Michigan, diz não se surpreender com o apoio entre os republicanos, já que esse período é geralmente de "lua de mel" entre a Casa Branca e os eleitores. "Eles estão inclinados a dar a ele uma chance."

    Só que, desta vez, a lua de mel é só entre os republicanos. Enquanto Obama, no mesmo período, tinha 67% de aprovação entre independentes e 36% entre republicanos, Trump tem 38% de apoio entre independentes e 13% entre democratas. "Ele começou com um nível geral muito baixo de aprovação, justamente porque nunca teve apoio entre democratas e independentes."

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