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    Hamas abranda discurso e admite Estado Palestino nos limites de 1967

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    01/05/2017 17h34

    A facção palestina Hamas admitiu nesta segunda-feira (1) a possibilidade de um Estado palestino nos limites vigentes em 1967, antes da Guerra dos Seis Dias. No conflito, Israel conquistou a faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental.

    O posicionamento foi visto como uma moderação no discurso do grupo, que historicamente sempre defendeu o fim do Estado de Israel e uma Palestina unificada.

    Khaled Elfiqi/Reuters
    ORG XMIT: KEF05 KEF05 EL CAIRO (EGIPTO), 09/01/2013.- El presidente egipcio, Mohamed Mursi (d), se reúne con su homólogo palestino, Mahmud Abás, en el palacio presidencial en El Cairo, Egipto, hoy, miércoles 9 de enero de 2013. Además de con Abás, Mursi, se reunirá hoy con el líder del movimiento islamista Hamás, Jaled Meshal, en un intento de impulsar la reconciliación tras los últimos gestos de Al Fatah y Hamás a favor de la unidad palestina. EFE/Khaled Elfiqi
    Khaled Meshaal, líder do Hamas, em 2013

    O documento divulgado pelo grupo nesta segunda define os limites de 1967 como uma "fórmula de consenso nacional". A possível concessão, porém, foi interpretada com reservas, umas uma vez que o Hamas indicou que ela seria um passo provisório.

    "O Hamas defende a liberação de toda a Palestina, mas está pronto a apoiar o Estado nas fronteiras de 1967 sem reconhecer Israel ou ceder qualquer direito", afirmou em Doha o líder do grupo, Khaled Meshaal

    Em nota, o governo israelense chamou o documento do Hamas de uma "cortina de fumaça".

    "Nós vemos o Hamas continuar a investir todos os seus recursos não só em preparar para a guerra contra Israel, mas em educar as crianças da faixa de Gaza a querer destruir Israel", disse o comunicado divulgado pelo gabinete do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.

    Mudança real, diz a declaração, virá no dia em que o Hamas parar de cavar túneis e de educar crianças para odiar israelenses.

    Said Khatib/AFP
    Smoke rises following an Israeli air strike in Rafah, in the southern Gaza Strip, on May 5, 2016. Israeli warplanes struck four new Hamas positions in the southern Gaza Strip, as a flare-up continued to threaten a 2014 ceasefire agreement. / AFP PHOTO / SAID KHATIB ORG XMIT: SK1813
    Fumaça em Rafah, em Gaza, após ataque aéreo em 2016

    DOCUMENTO

    Apesar da reação de desconfiança, o documento divulgado nesta segunda-feira revela um viés aparentemente mais pragmático do Hamas, numa tentativa do grupo de acabar com anos de isolamento internacional.

    No novo manifesto, a facção abandona a defesa explícita da destruição de Israel, ainda que mantenha o objetivo de eventualmente "liberar" toda a Palestina histórica, o que inclui o que é hoje Israel. O texto diz que o grupo não vê como inimigos os judeus, mas sim que luta contra os que ocupam territórios palestinos.

    A nova plataforma do grupo foi apresentada em um momento de tensões crescentes entre o Hamas e seu principal rival político, o movimento Fatah, do presidente Mahmoud Abbas, apoiado pelo Ocidente.

    Editoria de Arte
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