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    Indefinição marca Constituinte da Venezuela; veja o que se sabe

    DE SÃO PAULO

    03/05/2017 02h00

    Presidência da Venezuela/Xinhua
    O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, segura um exemplar da Constituição, que quer mudar
    O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, segura um exemplar da Constituição, que quer mudar

    O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou na segunda-feira (1º) uma nova Constituinte para tentar resolver a crise política no país, uma manobra que a oposição chamou de golpe.

    Dois dias após o anúncio, porém, o governo ainda não divulgou todos os detalhes sobre a votação que escolherá a nova Assembleia. A suspeita é que o mandatário (ou o Conselho Nacional Eleitoral, ligado ao chavismo) suprima a oposição do diálogo.

    Apesar das críticas, o presidente tem a permissão constitucional de convocar a Assembleia Constituinte, assim como o Legislativo. Porém, até os dirigentes chavistas não concordam se será uma nova lei máxima ou uma reforma —que deveria passar pela Assembleia Nacional.

    Veja abaixo os detalhes:

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    Entenda

    Assembleia Constituinte na Venezuela

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    1) Como o presidente Nicolás Maduro justifica a convocação da nova Assembleia Constituinte?
    Ele diz que a Constituinte servirá para obter a paz, derrotar "o golpe fascista", como se refere aos protestos da oposição e à pressão internacional, para que seja a população a responsável pelo que chama de refundar a república

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    2) O presidente pode convocar sozinho uma nova Constituinte?
    Sim. O artigo 348 da atual Constituição dá aval ao titular do Poder Executivo a chamá-la. Também podem fazê-lo a Assembleia Nacional (com dois terços de seus integrantes), as Câmaras Municipais (com dois terços dos municípios) e a população, desde que consiga 15% do eleitorado

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    3) A Venezuela terá uma nova Constituição?
    Embora a convocação sugira a redação de uma nova lei máxima, ainda não se sabe. Os próprios dirigentes chavistas se dividem entre dizer que será uma reforma ou uma lei completamente nova

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    4) Existe uma lei que determine como deve ser feito o processo?
    Não. Uma comissão do governo enviará as regras para a avaliação do Conselho Nacional Eleitoral (cuja maioria da diretoria é de aliados do chavismo)

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    5) A convocação precisa passar por plebiscito?
    Não, embora Hugo Chávez tenha recorrido à consulta popular em 1999

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    6) Como será composta a nova Assembleia?
    Maduro diz que serão 500 representantes, vindos de setores sociais e regionais, sem a participação de partidos políticos; isso, dizem juristas, viola a Constituição ao ser rompida a representatividade política

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    7) Quem poderá se candidatar à Constituinte?
    Também não se sabe, embora com o uso da expressão "comunitária", Maduro tenha dado a entender que a maioria dos candidatos viria dos conselhos comunitários, instâncias fundadas e, em sua maioria dominadas, pelo chavismo

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    8) A oposição poderia ter candidatos?
    Isso também é incerto. A participação dos rivais de Maduro se complicaria se o CNE permitisse que a eleição se realize sem partidos, como quer o governo. O órgão ainda pode ilegalizar siglas opositoras por meio de uma revalidação de partidos que acontece desde fevereiro, assim como a Justiça pode declará-los inelegíveis, como ocorreu com Henrique Capriles

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    9) Por que a oposição considera a medida um golpe de Estado?
    O presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, considera que uma constituinte comunitária e sem partidos "não representa o povo". Também consideram que caberia ao Legislativo aprovar uma reforma constitucional, como encaram a medida

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    10) Como ficam as eleições regionais e presidenciais?
    Só acontecem após aprovada a nova Constituição

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