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    Mulher de Macron deve ter papel no governo

    DIOGO BERCITO
    ENVIADO A PARIS

    07/05/2017 00h00

    Emmanuel Macron, 39, quer dar um papel à mulher, Brigitte, 64, se for eleito para a Presidência da França.

    Ele propõe reavaliar a posição da primeira-dama para que possa atuar oficialmente em algumas ocasiões. Cônjuges não têm essa prerrogativa hoje no Palácio do Eliseu.

    Quando o casal se conheceu, no entanto, quem distribuía papéis era ela. Brigitte era professora de teatro em sua escola –24 anos mais velha, casada e com três filhos.

    A história do romance foi tratada nestes meses com um quê de sensacionalismo, como fazem os tabloides britânicos com a família real.

    A relação entre Macron e sua mulher, por outro lado, teve impacto fundamental na trajetória do candidato, e casamentos são um tema popular na política francesa.

    As imagens do presidente socialista, François Hollande, saindo de moto para se encontrar com uma amante e os relatos de uma ex-mulher contribuíram para a sua impopularidade recorde.

    Brigitte Trogneux nasceu em Amiens, assim como Macron. Bibi, como é conhecida, era a filha mais nova de uma família tradicional.

    Ela foi casada com André-Louis Auzière e trabalhou em escolas jesuítas, como aquela em que conheceu o aluno promissor Emmanuel.

    Macron estudou com uma das filhas de Brigitte, mas nunca teve aulas com a mulher com quem se casaria.

    Eles se encontravam, porém, nos ensaios de teatro quando ele tinha 15 anos. Macron foi protagonista da montagem de uma peça do autor tcheco Milan Kundera.

    As relações entre eles, ao se estreitarem durante os anos, incomodaram os pais do jovem. Ele foi enviado a Paris para estudar. Em vão: Brigitte se divorciou e eles se casaram em 2007, apesar dos protestos dos filhos dela, inicialmente contrários à união.

    Em seu discurso de casamento, segundo o jornal "The Guardian", Macron disse: "Nós não somos um casal normal, mesmo que eu não goste dessa palavra, mas somos um casal que existe".

    Macron fez questão, quando foi ministro da Economia, de manter Brigitte ao seu lado, mesmo em reuniões oficiais. Sua presença enfeitiçou imprensa e público.

    A diferença de idade continua, porém, a ser discutida. Jean-Marie Le Pen, pai de Marine Le Pen, ridicularizou o casamento de Macron dizendo que a mulher era uma "cougar", uma puma, termo pejorativo para senhoras que buscam homens mais novos.

    Do estranhamento vieram os rumores de que o candidato fosse gay. Macron foi a público e disse que os boatos eram sinal da homofobia e da misoginia do país. "Se eu fosse 20 anos mais velho do que minha mulher, ninguém teria questionado", disse.

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