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    Líder colombiano admite 'caixa 2', mas nega ter recebido propina por obras

    SYLVIA COLOMBO
    DE BUENOS AIRES

    08/05/2017 13h40

    Jaime Saldarriaga - 24.nov.2016/Reuters
    Colombia's President Juan Manuel Santos gives his speech after signing a new peace accord with Marxist FARC rebel leader Rodrigo Londono, known as Timochenko, in Bogota, Colombia November 24, 2016. Picture Taken November 24, 2016. REUTERS/Jaime Saldarriaga ORG XMIT: JS01
    O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos

    O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, admitiu ter existido caixa dois em suas campanhas à Presidência em 2010 e 2014, inclusive de doações feitas pela empreiteira brasileira Odebrecht. No entanto, negou ter recebido propina da empresa.

    Santos pediu para responder por escrito às indagações da Justiça eleitoral sobre as suspeitas de "caixa dois". Em entrevista à rádio RCN, na manhã desta segunda-feira (8), ele voltou a apontar para seu coordenador de campanha, Roberto Prieto, dizendo que não sabia que sua candidatura havia recebido dinheiro para além do teto estabelecido pela lei e de forma não declarada.

    "É um assunto muito doloroso, Prieto me traiu e já admitiu que cometeu essa irregularidade e por isso sinto muita tristeza", declarou Santos. "Eu havia dado instruções de campanha muito claras de que não íamos receber doações privadas, essas instruções estão escritas", afrimou Santos.

    O presidente, porém, disse considerar que deva ser feita uma distinção entre pagamentos extra a campanhas e propinas. "O mais grave com relação ao caso Odebrecht são as propinas. No período do meu mandato, das 22 licitações de que a empresa participou, ganhou apenas 2, e em nenhuma delas houve suborno. Já desrespeitar o teto das campanhas é uma irregularidade, sim, mas não um delito, como é o suborno."

    O documento com as respostas às perguntas da juíza Ángela Hernández está com a Presidência e deve ser entregue nos próximos dias.

    Segundo um levantamento do Departamento de Justiça dos EUA, feito com informações repassadas pela própria Odebrecht, a empreiteira pagou propinas e destinou dinheiro ilícito a políticos e funcionários do governo colombiano no valor de US$ 11 milhões. No total, a empresa pagou cerca de US$ 1 bilhão em propina a autoridades de 12 países.

    Além do presidente, devem ser ouvidos ao longo da semana o ex-senador Otto Bula, que fez a denúncia inicial contra Santos, e os empresários Eleuberto Martorelli e Andrés Giraldo, que teriam sido mencionados em delações do caso Odebrecht.

    Também está sendo investigado o ex-candidato oposicionista Óscar Iván Zuluaga (Centro Democrático), que saiu vencedor no primeiro turno das eleições de 2014, mas acabou sendo vencido por Santos no segundo turno do pleito.

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