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    Macron nomeia conservador como primeiro-ministro francês

    DIOGO BERCITO
    EM LONDRES

    15/05/2017 10h02 - Atualizado às 10h55

    Loic Venance - 1º.fev.2016/AFP
    O então ministro da Economia Macron e o prefeito de Le Havre, Edouard Philippe, em fevereiro de 2016
    O então ministro da Economia Macron e o prefeito de Le Havre, Edouard Philippe, em fevereiro de 2016

    O novo presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou nesta segunda-feira (15) o conservador moderado Édouard Philippe como seu primeiro-ministro.

    A escolha serve de contrapeso aos parlamentares socialistas que têm migrado para o movimento República Em Frente, fundado há um ano por Macron, que tomou posse no domingo (14) com a promessa de renovar a política francesa e borrar a linha entre direita e esquerda.

    Esta é a primeira vez na história moderna francesa que um presidente indica voluntariamente um chefe de governo que não integra sua bancada.

    Mas é um risco controlado: o novo premiê, aos 46 anos, representa uma ala moderada distante daquela do candidato derrotado François Fillon, de cuja campanha ele se afastou.

    Philippe brincou com isso, mais cedo, ao se dizer"agressivamente moderado". Ele também se descreveu como "um homem da direita".

    A escolha é estratégica para Macron, que espera atrair o eleitor conservador nas eleições legislativas de junho.

    O resultado da votação, nos dias 11 e 18, determinará seus cinco anos de governo.

    Sem a maioria, ele terá dificuldade para implementar as reformas que prometeu em sua campanha e poderá ser obrigado a aceitar um novo premiê, desta vez indicado por outros partidos, um cenário que diminuiria seus poderes. Essa possibilidade é conhecida como "coabitação".

    ELITE

    O novo premiê francês é advogado e prefeito da cidade portuária de Le Havre, no norte do país.

    Ele começou a sua vida política como ativista socialista, enquanto ainda era um estudante, unindo-se à direita apenas mais tarde.

    Sua formação, como a de Macron, ocorreu em uma das instituições de ensino mais emblemáticas da elite francesa: a ENA (Escola Nacional de Administração). Também passaram por aquelas salas os ex-presidentes Jacques Chirac e François Hollande.

    Ele trabalhou como diretor de relações públicas de uma empresa de energia nuclear entre 2007 e 2010. Foi eleito ao Parlamento em 2012 e, em 2014, chegou à Prefeitura.

    Hoje, é uma figura próxima do ex-premiê Alain Juppé, outro conservador moderado. Juppé foi derrotado nas primárias conservadoras.

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