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    Síria usa 'crematório' para ocultar massacres em prisão, dizem EUA

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    15/05/2017 14h51

    Departamento de Estado dos EUA/DigitalGlobe/Reuters
    Imagem de satélite mostra a prisão de Saydnaya e onde estaria o crematório anexo
    Imagem de satélite mostra a prisão de Saydnaya e onde estaria o crematório anexo

    O governo dos Estados Unidos acusou nesta segunda-feira (15) o regime do ditador sírio, Bashar al-Assad, de ter instalado um crematório na prisão de Saydnaya para destruir corpos de detentos mortos nos últimos anos "deixando pouca evidência".

    "A partir de 2013, o regime sírio modificou um edifício no complexo de Saydnaya para o que acreditamos ser um crematório", declarou Stuart Jones, sub-secretário interino do Departamento de Estado para o Oriente Médio.

    "Apesar de muitas atrocidades cometidas pelo regime já terem sido documentadas, acreditamos que a construção de um crematório é um esforço para encobrir a extensão dos massacres em Saydnaya."

    Jones também apresentou a jornalistas imagens de satélite que aparentemente mostram neve derretida no teto dessas instalações, o que evidenciaria o uso de fornos no local. Ele também prometeu que os Estados Unidos levarão à comunidade internacional a denúncia contra a Síria.

    As supostas violações de direitos humanos na prisão de Saydnaya, localizada a 30 quilômetros ao norte de Damasco, vieram à tona em fevereiro, após a Anistia Internacional divulgar um relatório acusando o regime sírio de ter enforcado até 13 mil dissidentes no local. Segundo a ONG, os corpos eram deixados sistematicamente em valas comuns na periferia de Damasco.

    Na época, o ditador Assad rejeitou a denúncia, dizendo que o relatório da Anistia Internacional é "completamente falso". O regime sírio ainda não comentou as acusações sobre o uso do crematório feitas nesta segunda-feira pelos EUA.

    A guerra civil na Síria teve início em 2011. Desde então, quase 500 mil pessoas foram mortas e aproximadamente metade da população do país foi deslocada, com milhões de pessoas refugiando-se em países vizinhos e na Europa.

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