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    Na Casa Branca, Erdogan pede que EUA 'desconsiderem' curdos na Síria

    ISABEL FLECK
    DE WASHINGTON

    16/05/2017 16h10

    Kevin Lamarque/Reuters
    Turkey's President Recep Tayyip Erdogan (L) shakes hands with U.S President Donald Trump as they make statements to reporters in the Roosevelt Room of the White House in Washington, U.S. May 16, 2017. REUTERS/Kevin Lamarque ORG XMIT: WAS478
    Recep Tayyip Erdogan (à esq.) é recebido por Donald Trump na Casa Branca

    Ao ser recebido na Casa Branca pelo presidente Donald Trump, que na última semana aprovou o envio de armamento pesado aos curdos na Síria, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que não vai aceitar que esses grupos sejam "considerados" na região.

    "Não há espaço para organizações terroristas no futuro da nossa região. Ter o YPG [Exército curdo na Síria] e o PYD [Partido Curdo da União Democrática] em consideração na região não será aceito nunca, e seria contra um acordo global que fizemos", disse Erdogan, por meio de um tradutor.

    "Nunca devemos permitir que esses grupos manipulem a estrutura religiosa e a estrutura étnica da região tomando o terrorismo como pretexto ou desculpa", completou.

    O governo Trump decidiu, na última semana, enviar armamento às Forças Democráticas da Síria, que incluem a milícia curda YPG, para o combate contra a facção terrorista Estado Islâmico no norte da Síria.

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    A decisão, no entanto, desagradou a Turquia, que classifica o YPG e o PYD, ligados ao PKK (partido turco dos trabalhadores curdos), como organizações terroristas. Para Erdogan, a preocupação é que os curdos formem uma região autônoma no norte da Síria, e que isso insufle o movimento separatista dos milhões de curdos turcos.

    Antes da reunião com Erdogan, Trump disse, ao lado do líder turco, que as discussões entre eles seriam "longas e difíceis".

    Na declaração oficial, o presidente americano disse apoiar o país contra o terrorismo. "Apoiamos a Turquia na guerra contra o terror e contra grupos terroristas como o EI e o PKK, e asseguramos que eles não tenham território seguro", afirmou.

    Numa tentativa de reforçar a afinidade entre os dois países, Trump elogiou o histórico de parceria, afirmando que a Turquia foi "um pilar na Guerra Fria contra o comunismo" e "um bastião contra a expansão soviética".

    Trump disse ainda que os dois países estavam discutindo a necessidade de revigorar os laços comerciais. "Equipamento militar [americano] foi encomendado pela Turquia e pelo presidente, e estamos assegurando que eles recebem isso rapidamente", afirmou.

    Um dos pontos de convergência visível entre os dois líderes foi a defesa da pressão sobre o regime do ditador sírio, Bashar al-Assad, com Erdogan elogiando o ataque dos americanos contra as forças sírias em retaliação a um ataque com armas químicas contra civis.

    "[A ação dos EUA] foi a resposta mais necessária a ser dada contra o regime sírio, em especial após os recentes ataques químicos", disse.

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