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    Pressionado, Trump promete decisão sobre acordo climático em breve

    DE SÃO PAULO

    27/05/2017 10h44

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado (27) que pretende tomar uma decisão definitiva na semana que vem sobre a permanência ou a saída do país do Acordo de Paris sobre o clima.

    Assinado em 2015 por 200 países, o tratado é considerado a principal iniciativa global no combate às mudanças climáticas.

    Nesta sexta-feira (26), o republicano ficou isolado na discussão sobre o clima durante a cúpula do G7, grupo que reúne as sete maiores economias desenvolvidas, na Sicília.

    Os líderes de Alemanha, França, Canadá, Itália, Japão e Reino Unido pressionaram os Estados Unidos a não abandonar o Acordo de Paris.

    A declaração final do encontro diz que Washington "não está em posição de se juntar ao consenso" sobre as mudanças climáticas.

    "Toda a discussão sobre o clima foi muito difícil, para não dizer muito insatisfatória", declarou neste sábado a chanceler alemã, Angela Merkel. "Não há indicações sobre se os Estados Unidos permanecerão no Acordo de Paris ou não."

    Durante a campanha eleitoral do ano passado, Trump classificou o aquecimento global de "farsa" e ameaçou retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris. O governo de Barack Obama foi um dos principais fiadores do tratado.

    Uma eventual saída dos Estados Unidos comprometeria as metas do acordo –o país se comprometeu a reduzir de 26% a 28% as emissões de gases do efeito estufa até 2025. Os Estados Unidos são o segundo maior emissor de gás carbônico do mundo, só atrás da China.

    Desde que chegou à Presidência, Trump tem sido criticado por relaxar controles ambientais e estimular a indústria do carvão. Sua proposta de Orçamento, que está sendo debatida no Congresso, corta recursos da Agência de Proteção Ambiental.

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    ACORDO DE PARIS
    Documento foi acertado em dezembro de 2015

    O que é
    Com força de lei internacional, o Acordo de Paris é um documento "híbrido", com partes obrigatórias para todos seus signatários (como monitorar e reportar emissões) e outras não (recomendações)

    Objetivos
    Em longo prazo, manter o teto do aquecimento global abaixo de 2ºC, preferencialmente abaixo de 1,5ºC

    Meios
    Cada país deve ter sua própria meta para reduzir emissões poluentes (as INDCs). No entanto, elas não são obrigatórias –exigência imposta pelos EUA e outros países

    Efetividade
    Como estão hoje, as INDCs são insuficientes para a meta (aquecimento ficaria entre 2,7ºC e 3,5ºC). Por isso, as INDCs deverão ser revistas a cada 5 anos, mesmo sem a obrigatoriedade de que sejam modificadas

    Financiamento
    Acordo estabelece piso de US$ 100 bilhões anuais que deverão ser transferidos de países ricos aos mais pobres até 2025, para custear ações de combate à poluição

    Promessa
    Apesar de suas limitações, o Acordo do Clima é considerado um avanço por ter legitimidade entre as grandes nações poluentes do mundo (como EUA, China e Índia)

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