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    ONU aprova sanções contra Coreia do Norte com apoio da China

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    02/06/2017 18h57

    Li Muzi/Xinhua
    O embaixador da China na ONU, Liu Jieyi, vota a favor de sanções contra Pyongyang no Conselho de Segurança
    O embaixador da China na ONU, Liu Jieyi, vota contra a aliada Pyongyang no Conselho de Segurança

    O Conselho de Segurança da ONU expandiu nesta sexta-feira (2) sanções contra a Coreia do Norte na primeira resolução apoiada pela China, maior aliada de Pyongyang, desde que Donald Trump assumiu a Presidência dos EUA.

    Quatro entidades e 15 funcionários norte-coreanos de alto escalão, incluindo Cho Il-u, o chefe da espionagem do regime, foram adicionados à "lista negra" da ONU, isto é, tiveram ativos no exterior congelados e sofreram um veto a viagens internacionais.

    Nas últimas semanas, a Coreia do Norte realizou vários testes bem-sucedidos de lançamento de mísseis, demonstrando a avanço de seu programa nuclear. O regime do ditador Kim Jong-un diz ser capaz de atingir os Estados Unidos com um míssil intercontinental, mas não se sabe se o país conta com tecnologia para fazê-lo de fato.

    A resolução, adotada unanimemente pelos 15 países-membros do conselho, foi a mais leve que poderia ser adotada e havia sido negociada por cinco semanas entre Washington e Pequim, que tradicionalmente discutem medidas contra a Coreia do Norte privadamente e só depois as levam aos outros membros do órgão.

    Os EUA, porém, conseguiram convencer a China a votar a questão em uma reunião aberta. O voto público de Pequim contra Pyongyang demonstra a insatisfação do principal aliado internacional de Kim Jong-un em relação à promessa do regime norte-coreano de realizar um sexto teste nuclear.

    O apoio da China se deu ainda apesar da irritação com a instalação do sistema antimísseis americano na Coreia do Sul. O escudo é visto por Pequim como uma ameaça à estabilidade da região.

    Apesar disso, os chineses têm dado sinais de que apoiarão sanções mais duras —como um embargo ao petróleo ou sanções econômicas mais duras— apenas em caso de um novo teste nuclear ou de um teste de míssil balístico de longo alcance.

    A Rússia também votou a favor da resolução, apesar de os EUA terem imposto sanções a empresas e indivíduos russos na quinta-feira (1º) ligados ao programa nuclear norte-coreano. Moscou também não vê com bons olhos o sistema antimísseis dos EUA na Coreia do Sul.

    O governo Trump vem pressionando Pequim para controlar melhor o país vizinho, avisando que todas as opções estão na mesa caso Pyongyang mantenha o desenvolvimento de mísseis.

    A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, afirmou após a reunião desta sexta que o "Conselho de Segurança está mandando uma clara mensagem à Coreia do Norte hoje: Pare de disparar mísseis balísticos ou enfrente as consequências".

    Entre as entidades norte-coreanas alvo das sanções estão o Banco Koryo, responsável pelas transações internacionais de um fundo privado da liderança do regime norte-coreano.

    O Conselho de Segurança da ONU impôs as primeiras sanções contra a Coreia do Norte pelo seu programa nuclear em 2006. Desde então, após cinco testes nucleares e dois lançamentos de mísseis de longo alcance, vêm recrudescendo as medidas.

    O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, disse ao conselho no dia 28 de abril que "era preciso agir antes que a Coreia do Norte agisse". Horas após o encontro, Pyongyang voltou a testar mísseis.

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