• Mundo

    Saturday, 04-May-2024 19:10:51 -03

    Marcha das 'panelas vazias' em Caracas deixa ao menos 3 feridos

    DA REUTERS

    03/06/2017 16h41

    Centenas de manifestantes participaram neste sábado (3) da chamada marcha das "panelas vazias", em Caracas, para protestar contra o desabastecimento nos mercados e a fome.

    O ato, na zona oeste da cidade, foi repreendido rapidamente pelas forças de segurança do governo de Nicolás Maduro, que usaram balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Ao menos três pessoas ficaram feridas, segundo jornal venezuelano "El Nacional".

    Com gritos como "Só o governo está engordando", os manifestantes pediam a antecipação das eleições presidenciais, a libertações de ativistas presos e a permissão de entrada de ajuda humanitária, como o envio de alimentos e remédios.

    Os controles de câmbio impostos pelo governo chavista, que dificultam a obtenção de dólares para importações, e a crise vivida pela agropecuária do país fazem com que a maioria dos supermercados da Venezuela estejam com prateleiras quase vazias. Segundo um estudo recente de três universidades do país, 93% dos venezuelanos não têm condição de comprar comida suficiente, e 73% perderam peso no último ano.

    "Às vezes como só uma vez ao dia. Hoje não consegui achar pão para o café em nenhuma padaria. Vim aqui porque não posso apenas ficar em casa e assistir ao país cair aos pedaços", afirmou Consuelo, 60, manifestante que não quis divulgar o sobrenome e que batia colheres durante o protesto.

    64 MORTES
    A repressão à onda de protestos contra Maduro soma agora 64 mortes desde o início de abril. A última vítima é Yoiner Peña, 29, que morreu neste sábado (3) após ter sido baleado em uma manifestação no Estado de Lara (oeste), em abril.

    O governo acusa os manifestantes de tentar desestabilizar o país e busca e propôs uma Assembleia Constituinte para reescrever a lei máxima do país, numa tentativa de conter as manifestações.

    Na última quarta-feira (31), o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ), composto por aliados de Maduro, deu aval à convocação da Constituinte sem a necessidade de um referendo.

    No dia seguinte (1º), o presidente disse que a futura nova Constituição será submetida a referendo popular.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024