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    Mortes em ataque a Cabul na semana passada superam 150, diz líder afegão

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    06/06/2017 09h56

    O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, disse nesta terça-feira (6) que o ataque da semana passada no setor das embaixadas de Cabul matou mais de 150 pessoas.

    O número torna o atentado da quarta-feira passada (31 de maio) o mais letal desde que os EUA invadiram o país, em 2001, para derrubar o governo do Taleban.

    O ataque aumentou a crescente preocupação sobre se as forças afegãs têm condições de derrotar o Taleban ou os afiliados ao EI (Estado Islâmico) sem a ajuda de forças americanas e internacionais.

    Os EUA concluíram formalmente sua missão de combate no final de 2014, passando para um papel de apoio e contraterrorismo.

    Ninguém reivindicou imediatamente o atentado, mas o Afeganistão alegou envolvimento paquistanês, acusação negada por Islamabad.

    Wakil Kohsar - 2.jun.2017/AFP
    Forças afegãs usam canhões d'água para dispersar manifestantes em protesto em Cabul, no dia 2
    Forças afegãs usam canhões d'água para dispersar manifestantes em protesto em Cabul, no dia 2

    Ghani falou na abertura do chamado Processo de Cabul, uma reunião de 23 países, União Europeia, Nações Unidas e Otan (aliança militar ocidental) para discutir questões de segurança no país.

    O presidente convidou novamente o Taleban para as negociações de paz, afirmando que é "a última chance" para que o grupo desista de seus ataques que já duram 16 anos e participe do processo político.

    Tentativas anteriores de diálogo falharam. Nos últimos anos, os talebãs dominaram vários distritos em diferentes partes do país. Eles se recusam a negociar com o governo até que todas as forças estrangeiras saiam do Afeganistão e referem-se a si próprios como "governo no exílio", o que irrita as autoridades em Cabul.

    Ghani afirmou ainda que, nos últimos dois anos, cerca de 11 mil militantes estrangeiros juntaram-se ao braço do EI no Afeganistão.

    O presidente voltou a dizer que o Paquistão trava uma "guerra de agressão não declarada" contra seu país.

    Afegãos e paquistaneses se acusam mutuamente de fechar os olhos a militantes que operam ao longo de sua fronteira porosa, e as forças dos dois países trocaram fogo em uma disputa de fronteira no mês passado.

    As forças de segurança afegãs dizem que ainda estão investigando, mas que os explosivos utilizados no ataque do dia 31 a Cabul parecem ter se originado no Paquistão.

    Sartaj Aziz, conselheiro do Paquistão para assuntos internacionais, negou as acusações e disse que elas fazem parte de uma "agenda" para prejudicar as relações entre os países vizinhos.

    ATENTADOS DO DIA

    Nesta terça (6), uma bomba colocada perto da principal mesquita sunita na cidade de Herat, no oeste do Afeganistão, matou pelo menos sete pessoas e feriu outras oito.

    Gelani Farhad, porta-voz do governador da província (que tem o mesmo nome da cidade), afirmou que o total de mortes pode aumentar.

    Na capital, Cabul, segundo a polícia, um foguete atingiu a representação diplomática da Índia, mas não houve mortos nem feridos. Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelos ataques.

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