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    Eleição no Reino Unido ocorre sem incidentes e com segurança reforçada

    DIOGO BERCITO
    ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

    08/06/2017 12h35

    Marko Djurica/Reuters
    Cartazes em loja de apostas mostram a primeira-ministra, Theresa May, e o trabalhista Jeremy Corbyn
    Cartazes em loja de apostas mostram a primeira-ministra, Theresa May, e o trabalhista Jeremy Corbyn

    As eleições britânicas, que se alongam até as 22h locais (às 18h em Brasília), seguiam durante a tarde sem incidentes, apesar do espectro do atentado terrorista que deixou oito mortos no sábado.

    Com a segurança reforçada, eleitores compareceram aos locais de votação e deram demonstrações do humor –por vezes ácido– pelo qual esse país é conhecido.

    Desgostosos com a cobertura de parte da imprensa tradicional, que manteve uma postura bastante agressiva em relação ao candidato trabalhista, eleitores fizeram seus protestos na internet.

    Um dos mais impactantes era contra o "The Sun", cuja primeira página de quinta-feira fazia um trocadilho entre Corbyn e a palavra "bin", que significa "lixeira" em inglês. Britânicos publicaram suas fotografias jogando o jornal fora ou mostrando o dedo do meio para a edição.

    Outra campanha, desta vez sem conotação política, era a já tradicional publicação de fotografias nas urnas ao lado de seus cachorros. O jornal britânico "Guardian" compilava as melhores produções -com o destaque ao eleitor alternativo que levou uma chinchila para o voto.

    Circulavam também imagens de urnas inusitadas, como aquela dentro de um vagão de trem em Yorkshire, ou um moinho de vento em uma região não identificada.

    Houve longas filas em cidades universitárias, como Oxford, no que foi entendido como um sinal de bom augúrio ao Partido Trabalhista –jovens de 18 a 24 anos preferem essa sigla, com vantagem de 19 pontos percentuais, então seu comparecimento pode ser decisivo.

    PARLAMENTO HOJE - Número de cadeiras por partido

    SEGURANÇA

    As urnas foram abertas às 7h locais (às 3h em Brasília). A primeira-ministra conservadora, Theresa May, votou em Maidenhead, Berkshire, ao lado do marido –ali, acenou a repórteres com um "olá" bastante entusiasmado.

    O líder trabalhista, Jeremy Corbyn, votou em Holloway, no norte de Londres, onde foi recebido por eleitores. Sua campanha foi marcada por um intenso apoio popular, reunindo multidões. Ele tem uma forte rejeição, por outro lado, por ser visto como demasiado extremo.

    Em seu último discurso, na capital, ele disse na véspera que mudou a maneira britânica de fazer política. "Já transformamos o debate e demos esperança às pessoas. Esperança de que as coisas não têm que ser assim. Que a desigualdade pode ser combatida. Que a austeridade pode ter fim", disse.

    PESQUISA - Intenção de voto para a eleição de hoje*

    PERSPECTIVAS

    O resultado das eleições britânicas parecia claro, quando foram antecipadas pelo governo em abril. Mas, nesta quinta-feira (8), eleitores votam ansiosos com a expectativa de uma reviravolta.

    Ainda que se espere que o Partido Conservador de fato ganhe, como era previsto desde o começo, é possível que sua maioria parlamentar seja reduzida –um sério golpe na imagem de sua primeira-ministra, Theresa May.

    As pesquisas mais confiáveis da véspera apontam para um cenário positivo com 12 pontos percentuais de vantagem, mas há também sondagens que preveem apenas um ponto de margem.

    Os pontos de votação fecham às 22h locais (às 18h em Brasília) e os primeiros números devem ser publicados logo em seguida. Mas a contagem seguirá noite adentro, e alguns dos distritos só devem declarar seus resultados durante a sexta. O último deles, Berwick-upon-Tweed, no norte inglês, só fará o anúncio ao meio-dia.

    May quer ter uma maioria mais ampla entre os legisladores para ter uma mão pesada nas negociações do "brexit", a saída britânica do Reino Unido, que deve se alongar por até dois anos.

    A primeira-ministra defende um modelo extremo, em que o país deixará o bloco econômico e também o mercado único que congrega 500 milhões de consumidores europeus. Trabalhistas discordam disso.

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