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    Qatar financia o terrorismo em um 'nível muito alto', diz Trump

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    09/06/2017 16h40 - Atualizado às 16h55

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, endureceu nesta sexta-feira (9) as críticas ao Qatar e disse que o país "financia o terrorismo em um nível muito alto".

    "Eles devem acabar com esse financiamento", disse Trump em relação ao país que teve seus laços rompidos com países do Oriente Médio após ser acusado de financiar terroristas e de apoiar o Irã.

    "Nenhuma nação civilizada pode tolerar esta violência ou permitir que esta ideologia perversa se espalhe nas suas margens", afirmou o presidente norte-americano.

    A declaração de Trump aconteceu após o secretário de Estados dos EUA, Rex Tillerson, pedir que os países do Golfo aliviem o bloqueio imposto ao Qatar.

    Segundo Tillerson, o bloqueio prejudica o combate à facção terrorista Estado Islâmico (EI). Os EUA mantêm no Qatar a sua maior base aérea no Oriente Médio, usada nos bombardeios contra o EI na Síria e no Iraque.

    De acordo com o secretário, a crise traz ainda a escassez de alimentos, a separação forçada de famílias e a retirada de crianças das escolas.

    "Nós acreditamos que estas são consequências não desejadas, especialmente durante o mês sagrado do Ramadã", disse o secretário Tillerson. "A expectativa é que esses países tomem medidas imediatas para desenvolver esforços de boa fé e resolver as queixas que eles têm um com o outro ", afirmou.

    CRISE NO ORIENTE MÉDIO

    Na semana passada, o Qatar teve suas relações diplomáticas com países do Oriente Médio rompidas após ser acusado de financiar terroristas e de apoiar o Irã.

    O Qatar nega veementemente que oferece tal apoio e afirma que o objetivo da medida é "colocar o Estado [do Qatar] sob tutela" e asfixiá-lo economicamente.

    A ruptura das relações da Arábia Saudita, Bahrein e Emirados Árabes Unidos, além de Egito e Iêmen com o Qatar aconteceu duas semanas após uma visita a Riad do presidente dos EUA, Donald Trump, que pediu aos árabes e muçulmanos uma mobilização contra o extremismo. As Maldivas, um arquipélago localizado no oceano Índico, e o governo da Líbia sediado no leste do país –que não é reconhecido internacionalmente– também se uniram no boicote ao Qatar.

    Esta é a crise mais grave desde a criação em 1981 do CCG (Conselho de Cooperação do Golfo), formado por Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuait, Omã e Qatar.

    O Qatar sempre ocupou um lugar à parte no CCG, com sua própria política regional e afirmando sua influência por meio do esporte, em especial com a organização da Copa do Mundo de 2022.

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    INTERESSES CRUZADOS
    O que está em jogo na crise com o Qatar

    Editoria de Arte/Folhapress

    ARÁBIA SAUDITA
    > Acusa o Qatar de apoiar o terrorismo através de vínculos secretos com o Irã, maior rival dos sauditas, que tentam isolar Teerã
    > Cerca de 90% da população saudita segue o ramo sunita do islã, ao contrário dos iranianos, majoritariamente xiitas

    QATAR
    > São aliados da Arábia Saudita na guerra da Síria, contra Bashar al-Assad, e no Iêmen, contra a milícia houthi (xiita)
    > Na Líbia, porém, estão em lados opostos: Doha apoia o governo reconhecido pela ONU, enquanto Riad defende o general Heftar, não reconhecido internacionalmente

    EUA
    > Aliado do Qatar, mantém no país sua maior base aérea no Oriente Médio, usada nos bombardeios contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque
    > Nesta terça (6), Trump insinuou que a ação diplomática foi resultado de sua visita à Arábia Saudita em maio, quando pediu a líderes que cortem o apoio a terroristas

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