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    Líder de partido norte-irlandês que fez aliança é vista como boa negociadora

    LEÃO SERVA
    COLUNISTA DA FOLHA, EM LONDRES

    10/06/2017 02h00

    Quando começou o conflito armado na Irlanda do Norte, provocado pelos extremistas do grupo IRA (Exército Republicano Irlandês) no fim dos anos 1960, Arlene Foster, 46, ainda não tinha nascido. E quando o país firmou a paz, em 1998, ela começava a carreira de advogada.

    A líder do maior partido favorável à união com o Reino Unido, o DUP (Partido Democrático Unionista, na sigla em inglês), representa a geração posterior à luta armada, mas o conflito marcou a história de sua família.

    Clodagh Kilcoyne - 6.mar.2017/Reuters
    A líder do DUP, Arlene Foster, em Belfast em março; coalizão com o partido deu maioria a Theresa May
    A líder do DUP, Arlene Foster, em Belfast em março; coalizão com o partido deu maioria a Theresa May

    Seu pai, o policial John Kelly, tomou um tiro na cabeça de um militante do IRA em 1979, mas sobreviveu. Nove anos depois, a então adolescente Arlene escapou de um atentado do grupo quando uma bomba colocada sob o ônibus escolar em que ela estava explodiu.

    O alvo era o motorista do veículo, que trabalhava em meio período como soldado do UDR, divisão do Exército britânico que combatia a insurgência na Irlanda da Norte.

    Arlene fará 47 em 3 de julho. Desde o início de 2016 chefia o governo norte-irlandês. Ela começou na política ao ser eleita para a assembleia local, em 2003, passou por vários ministérios e, líder do DUP, em janeiro de 2016, se tornou primeira-ministra do pequeno país britânico encravado na república da Irlanda (em inglês, há uma sutil diferença: a governante do Reino Unido é "prime minister"; os países subordinados, Escócia, Gales e Irlanda do Norte, têm "first ministers").

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    Formada em direito, Arlene dedicou-se à assistência social em seu distrito antes de se lançar à política. É considerada boa negociadora, mas o currículo em seu site oficial começa destacando-a como uma "aguerrida defensora da União".

    A habilidade política ficou clara numa das primeiras manifestações ao ser confirmada a vitória do DUP, já com a perspectiva da aliança com o governo de Theresa May. Ela lembrou que a Irlanda do Norte foi contra a saída da UE —embora ela e seu partido tenham apoiado– e não aceita o "brexit duro".

    Arlene citou que o DUP não admite a hipótese de voltar a haver fronteiras formais com a Irlanda. Como a posição é idêntica à do Sinn Féin, para se diferenciar do rival, ela "atacou" os nacionalistas por dizerem que as fronteiras vão voltar.

    Foi a capacidade de harmonizar o contrário sem anular a personalidade que garantiu o êxito das duas legendas. Juntas, obtiveram 17 das 18 cadeiras norte-irlandesas. É a marca que leva Arlene ao governo britânico.

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    Editoria de Arte/Folhapress

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    Editoria de Arte/Folhapress
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