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    Primeira-ministra Theresa May segue em busca de maioria no Parlamento

    DA AFP

    11/06/2017 09h08

    Stefan Wermuth/Reuters
    Britain's Prime Minister Theresa May leaves after a church service in Sonning, Britain June 11, 2017. REUTERS/Stefan Wermuth
    A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May

    A primeira-ministra britânica Theresa May, descrita como "cadáver ambulante" por um ex-ministro conservador, prossegue as negociações para alcançar uma maioria no Parlamento, três dias após a derrota eleitoral dos conservadores nas legislativas.

    Theresa May "é um cadáver ambulante", disse George Osborne, ministro das Finanças até 2015, na emissora britânica BBC, acrescentando que "a única questão é saber quanto tempo passará no corredor da morte".

    O ex-ministro e rival de May, agora editor-chefe do jornal "The Evening Standard", juntou-se à longa lista daqueles que acreditam que a situação tornou-se insustentável para a primeira-ministra, desde a derrota nas eleições legislativas antecipadas de quinta-feira (8).

    A imprensa britânica dominical aponta que May terá dificuldades para se manter em Downing Street nos próximos meses.

    O jornal "Sunday Times" assegurou que o ministro das Relações Exteriores Boris Johnson "está prestes a lançar uma operação para se tornar primeiro-ministro", algo que o próprio negou, dizendo que apoia "100%" Theresa May.

    O partido conservador perdeu a maioria absoluta nas eleições de quinta-feira e depende do DUP (Partido Unionista Democrático), da Irlanda do Norte, cujos dez deputados permitiriam aos Tories (318 deputados) alcançar as 326 cadeiras necessárias para governar.

    Prova do caos político que tomou conta do Reino Unido, neste sábado (10) à noite Downing Street anunciou que tinha chegado a um acordo preliminar com o DUP. Mas, horas depois, informou que não havia fechado qualquer acordo.

    NEGOCIAÇÃO

    "Ontem [sábado] avançamos bastante, mas as negociações continuam", confirmou neste domingo (11) a chefe do DUP, Arlene Foster, ao canal de televisão SkyNews –afirmando que ela mesma vai se reunir com May, em Londres, na terça-feira (13).

    Também na terça, tomará posse o novo Parlamento, antes da cerimônia de abertura solene em 19 de junho, coincidindo com o início das negociações do Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia.

    A aliança proposta entre os conservadores e o DUP tem atraído muitas críticas, especialmente em razão do conservadorismo social da formação norte-irlandesa, ferozmente oposta ao casamento gay e ao aborto.

    Várias centenas de pessoas protestaram no sábado perto de Downing Street, gritando "racista, sexista, anti-gay, fora DUP!".

    Além do protesto, circula um abaixo-assinado contra May denunciando uma "tentativa desesperada e surpreendente para seguir no poder" que já recolheu mais de 660 mil assinaturas.

    Mesmo dentro do partido Tory, Ruth Davidson, líder dos conservadores escoceses, exigiu garantias para a comunidade LGBT em caso de acordo com o DUP.

    'DESACREDITADA, HUMILHADA'

    "Vamos ser claros: não é porque o DUP nos apoia em questões econômicas ou de segurança que vamos concordar com todo o seu programa", declarou Michael Fallon, recentemente nomeado ministro da Defesa.

    Fallon acrescentou que não se tratava de formar uma coalizão formal com o DUP, mas de se chegar a um acordo para ter o apoio dos norte-irlandeses em votações importantes no Parlamento, como a do orçamento.

    Neste contexto, May está sob enorme pressão. No sábado precisou aceitar a renúncia de seus dois chefes de gabinete, Fiona Hill e Nick Timothy, dois de seus conselheiros de maior confiança.

    "Desacreditada, humilhada, diminuída. Theresa May perdeu credibilidade e poder em seu partido, no país e na Europa", intitulava "The Observer" neste sábado.

    Mas, alegando que o país precisa de "estabilidade" ante a iminência do Brexit, May se recusa a renunciar e confirmou a sua intenção de iniciar as "negociações de saída da UE nas próximas duas semanas, como planejado", durante uma conversa por telefone com a chanceler alemã Angela Merkel.

    Enquanto isso, Fallon deu a entender que o Reino Unido poderia mudar o tom nas negociações, salientando a importância de "encontrar um acordo sobre a imigração que seja aceitável para nós."

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