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    Maduro quer ajuda do papa Francisco para negociar com a oposição

    DA AFP

    11/06/2017 17h36

    Andreas Solaro - 17.jun.2013/AFP
    O papa Francisco, durante conversa com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no Vaticano, em 2013
    O papa Francisco, durante conversa com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no Vaticano, em 2013

    O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que nesta segunda-feira (12) enviará uma carta ao papa Francisco pedindo que este interceda com a oposição para evitar o que o chavista chama de "uso de crianças" durante os protestos que tomam o país.

    "Eu estou pedindo (...) O papa Francisco que sirva de intermediário para que a oposição venezuelana deixe de usar crianças em atos violentos e em grupos terroristas", disse Maduro neste domingo (11), em uma cerimônia em Caracas, transmitida pela televisão estatal VTV.

    Maduro citou deputados da oposição, sem identificá-los, por supostamente recrutar jovens para provocar distúrbios nas manifestações realizadas desde 1º de abril, que deixaram 66 mortos e mais de mil feridos.

    "Dão a eles drogas, dão a eles dinheiro", disse Maduro.

    Normalmente, os menores são vistos com os rostos cobertos durante os confrontos com militares e policiais.

    Líderes da oposição responsabilizam Maduro pela violência e afirmam existir uma "repressão selvagem" contra os manifestantes.

    O papa Francisco mostrou publicamente disposição em ajudar a retomar o diálogo político iniciado no ano passado entre governo venezuelano e oposição, mas desde que isso seja feito em "condições claras". As negociações, acompanhadas pelo Vaticano e pela Unasul (União de Nações Sul-Americanas), foram suspensas em dezembro sob acusações mútuas de violação de acordos.

    Segundo Dom Diego Padrón, presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), o papa Francisco considera válidas as condições estabelecidas em dezembro pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado da Santa Sé, para superar a grave crise na Venezuela.

    Na última quinta-feira (8), a alta cúpula da igreja na Venezuela se reuniu com o papa no Vaticano.

    Definir um calendário eleitoral, libertar todos os prisioneiros da oposição, autorizar a entrada de medicamentos e profissionais de saúde enviados do exterior restaurar as prerrogativas do Parlamento o —único poder controlado pela oposição— são as condições estabelecidas por Parolin, de acordo com carta divulgada pela imprensa.

    A cúpula da Igreja Católica venezuelana, crítica de Maduro, é formada por altos funcionários do governo, que compõem uma espécie de "partido político" de oposição.

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