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    Líder republicano da Câmara dos EUA é baleado em campo de beisebol

    ISABEL FLECK
    DE WASHINGTON

    14/06/2017 09h45 - Atualizado às 15h54

    Jim Watson - 7.mar.2017/AFP
    (FILES) This file photo taken on March 7, 2017 shows US President Donald Trump (R) speaking with US Congressman and Majority Whip Steve Scalise (L), R-Louisiana, during a meeting with the US House Deputy Whip team at the White House in Washington, DC. Senior Republican Congressman Steve Scalise was among several victims shot and wounded at a baseball practice ahead of an annual game between lawmakers in a Washington suburb, one of his colleagues said June 14, 2017.Fellow Republican lawmaker Mo Brooks told CNN that Scalise was shot in the hip, adding that at least two law enforcement officers and one congressional staffer were shot in Alexandria, Virginia. / AFP PHOTO / JIM WATSON ORG XMIT: JIM021
    Steve Scalise (à esq.), líder republicano na Câmara, e Donald Trump na Casa Branca em março

    Um atirador feriu um dos líderes da maioria republicana na Câmara e pelo menos outras quatro pessoas enquanto parlamentares treinavam para uma partida beneficente num campo de beisebol próximo a Washington na manhã desta quarta-feira (14).

    Steve Scalise, 51, foi atingido no quadril enquanto jogava e passou por uma cirurgia ainda pela manhã. Ao final do procedimento, porém, o hospital informou que seu estado de saúde é grave.

    Entre as outras vítimas estão um assessor parlamentar, que foi baleado no peito, um lobista e dois agentes da polícia do Congresso, que faziam a proteção dos parlamentares no campo, que fica em um parque em Alexandria, na Virginia, a 25 minutos do centro da capital. Todos estão fora de risco.

    O atirador, identificado como James T. Hodgkinson, 66, foi morto pelos policiais. Hodgkinson trabalhou como voluntário na campanha presidencial do senador democrata Bernie Sanders, que disputou a candidatura do partido com Hillary Clinton em 2016.

    Nas redes sociais, o atirador, que morava num subúrbio de St. Louis, na fronteira entre os Estados de Illinois e Missouri, participava ativamente de grupos antirrepublicanos, como "A estrada para o inferno é pavimentada com republicanos", "Extermine o Partido Republicano" e "Donald Trump não é o meu presidente", segundo a Reuters.

    Joshua Roberts/Reuters
    Police survey a shooting scene after a gunman opened fire on Republican members of Congress during a baseball practice near Washington in Alexandria, Virginia, June 14, 2017. REUTERS/Joshua Roberts ORG XMIT: WAS101
    Policiais isolam ruas em Alexandria, na Virgínia, após atirador ferir membros do Congresso

    Algum tempo depois da divulgação do nome de Hodgkinson, seu perfil no Facebook —que tinha uma foto de Sanders como foto de capa— já tinha sido fechado ao público.

    No Congresso, Sanders se disse "enojado por esse ato desprezível". "Deixem-me ser o mais claro o possível: a violência de qualquer tipo é inaceitável na nossa sociedade, e condeno essa ação nos termos mais contundentes possíveis", disse o democrata.

    Em um pronunciamento no final da manhã, o presidente Donald Trump informou que o atirador havia morrido e pediu união aos americanos. "Nós somos mais fortes quando estamos unidos e quando trabalhamos juntos pelo bem comum."

    O ataque foi comparado por parlamentares ao de 2011, contra a ex-deputada democrata Gabrielle Giffords, baleada na cabeça enquanto discursava em Casas Adobes, no Arizona. Giffords sobreviveu, mas ficou com graves sequelas e não retomou as atividades como parlamentar.

    O FBI (polícia federal americana) disse que vai liderar as investigações, já que se trata de um ataque contra um funcionário do poder Legislativo.

    CAMPO DE EXECUÇÃO

    O senador republicano Rand Paul, do Kentucky, que estava no local, disse que, durante o ataque, o cenário era de um "campo de execução" e que teria ocorrido "um massacre" se os policiais presentes não tivessem agido rápido.

    Hodgkinson realizou dezenas de disparos antes de ser atingido, pouco antes das 7h30 (8h30 de Brasília). Segundo o deputado do Texas Joe Barton, o tiroteio durou entre cinco e dez minutos. "Foi assustador", afirmou.

    Os parlamentares treinavam para uma partida beneficente marcada para esta quinta-feira (15). O presidente da Câmara, o republicano Paul Ryan, disse que o jogo anual, no estádio National Park, está mantido.

    Ele afirmou ainda que os congressistas estão "unidos na angústia" de Scalise. "Um ataque a um de nós é um ataque a todos", disse.

    A líder democrata na Câmara, Nancy Pelosi, afirmou que o ato foi um "ataque covarde e desprezível" e elogiou a atuação da polícia.

    Mais cedo, em um comunicado, o presidente havia classificado o ataque como uma "tragédia" e disse que ele e o vice-presidente, Mike Pence, acompanham de perto o desenvolvimento do caso.

    "Estamos profundamente entristecidos por essa tragédia. Nossos pensamentos e orações estão com os membros do Congresso, suas equipes, a Polícia do Capitólio, os socorristas e todos os outros afetados", escreveu Trump.

    Scalise, o segundo principal líder da maioria republicana na Câmara, é deputado pela Louisiana desde 2008, representando o distrito que inclui Nova Orleans. Casado e pai de dois filhos, ele preside o Comitê de Estudos Republicanos.

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