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    Líder das Farc diz que todas as armas serão entregues até 20 de junho

    DA REUTERS

    15/06/2017 17h10

    Hakon Mosvold/AFP
    FARC rebel leader Rodrigo Londono Echeverri, better known by his alias "Timochenko", reacts during a conversation on how to bring lasting peace after 52 years of armed conflict in Colombia, with Colombian Foreign Minister Maria Angela Holguin and Foreign Minister Boerge Brende at the Litteraturhuset in Oslo on June 15, 2017. / AFP PHOTO / NTB Scanpix / Larsen, Hakon Mosvold / Norway OUT ORG XMIT: HML-2017-06-15-001
    Rodrigo Londono Echeverri, conhecido como Timochenko, durante evento em Oslo, na Noruega

    O líder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como Timochenko, disse nesta quinta-feira (15), em Oslo, na Noruega, que todas as armas da guerrilha serão entregues às Nações Unidas até 20 de junho, como planejado no acordo de paz com o governo colombiano para encerrar mais de 52 anos de conflito.

    As Farc precisam entregar os últimos 40% de suas armas, conforme acordo em 2016 com o governo do presidente Juan Manuel Santos.

    "Nós tomamos uma decisão política. Nós respeitamos o acordo e nós o implementaremos, seja lá o que for preciso", disse à Reuters o líder da guerrilha.

    Sobre o acordo, rejeitado em um referendo público, mas aprovado pelo Congresso, o grupo guerrilheiro se tornará um partido político e a maioria dos combatentes receberá uma anistia depois de explicar suas ações publicamente.

    Timochenko disse que o grupo discutirá o nome do futuro partido político, que poderá ser decidido em um congresso das Farc em agosto.

    "Estamos trabalhando com a data de agosto, no meio ou no final do mês. Mas também poderá ser no início de setembro", disse ele, recusando-se a informar quais opções de nomes existem. "O congresso decidirá todas essas coisas, democraticamente."

    Timochenko falou sobre o processo de paz juntamente com a ministra das Relações Exteriores da Colômbia, María Ángela Holguín, durante evento em Oslo.

    Instado pelo ministro das Relações Exteriores da Noruega, Boerge Brende, a descrever alguns dos momentos mais pessoais das negociações, o líder da guerrilha lembrou o tempo em que sofreu um ataque cardíaco no meio de negociações, em Havana, e foi "ressuscitado por médicos cubanos".

    "Depois, recebi um cartão pessoal do presidente Santos que me desejava melhoras. Isso significou muito para mim", respondeu, visivelmente emocionado.

    A ministra Holguín disse que o processo de paz enfrentou alguns obstáculos, mas que a chave para uma resolução passava pelos agricultores colombianos, que podem se sentir melhor plantando culturas legais, em vez do cultivo da coca.

    "Devemos ser capazes de dar aos agricultores a possibilidade de ganhar a vida legalmente, em vez de cultivar coca. Temos de substituir as culturas e remover as minas terrestres", declarou Holguín.

    A Colômbia ocupa o segundo lugar, depois do Afeganistão, na lista de países com mais minas terrestres, de acordo com a ONG International Campaign to Ban Landmines. "Estamos numa fase difícil. Aplicar o acordo é muitas vezes mais complicado do que fazê-lo", disse a ministra. Timochenko disse que a reintegração de guerrilheiros à sociedade é essencial: "Devemos remover a violência do exercício da política."

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