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    Após desavença, premiê australiano zomba de Donald Trump

    JAMIE SMYTH
    DO "FINANCIAL TIMES", EM SYDNEY

    15/06/2017 17h11

    Brendan Smialowski- 04.mai.2017/AFP
    (FILES) A file photo tsken on May 4, 2017, shows Australia's Prime Minister Malcolm Turnbull (R) listening as US President Donald Trump makes a statement to the press before a meeting on board the Intrepid Sea, Air and Space Museum in New York, New York. Turnbull has taken a comical swipe at Trump, mimicking the US president's mannerisms and even making reference to the Russia scandal. In a leaked audio recording from a closed event for journalists in Canberra on June 14, 2017, Turnbull is heard making fun of Trump, picking up on common language from the US president's vocabulary. / AFP PHOTO / BRENDAN SMIALOWSKI
    Donald Trump (à esq.), e o premiê australiano Malcolm Turnbull conversam em maio desde ano

    O primeiro-ministro australiano Malcolm Turnbull zombou do presidente norte-americano Donald Trump em um discurso privado diante de figuras da política em Camberra, e um vídeo do momento vazou nesta quinta-feira (15).

    Turnbull imitou Trump durante um monólogo satírico em um baile de caridade, zombando das supostas conexões do presidente com a Rússia, de seus índices de aprovação nas pesquisas de opinião público, e do primeiro encontro entre eles, que aconteceu no mês passado em Nova York.

    "Foi bonito. Foi um belo encontro, e nenhum encontro me deixou mais confortável", disse Turnbull sobre a reunião, marcada para reparar os danos no relacionamento entre os dois países depois de um primeiro contato telefônico acrimonioso, em janeiro.

    "O Donald e eu estávamos vencendo, vencendo e vencendo nas pesquisas. Estávamos vencendo muito. Estávamos vencendo como jamais vencemos no passado", ele disse no vídeo, que vazou para a rede de TV australiana Nine.

    "Não as pesquisas falsas. Nessas não estamos vencendo. Estamos vencendo nas pesquisas reais. Você sabe, as pesquisas online. É fácil vencer, nelas. Tenho um contato lá na Rússia. Pode acreditar, é verdade. Verdade mesmo".

    A Austrália é aliada firme dos Estados Unidos, membro do grupo "Five Eyes" - cinco países que compartilham informações sigilosas. Os australianos respondem pelo terceiro maior contingente militar estrangeiro no Iraque.

    Mas a aliança passou por turbulências este ano quando Trump criticou Turnbull por mencionar, na primeira conversa telefônica entre eles, um acordo sobre assentamento de refugiados assinado na era Obama. O desentendimento levou o presidente dos Estados Unidos a definir a conversa como "de longe a pior conversa telefônica" que já teve com um líder estrangeiro, e optou por abreviar a ligação.

    Os dois líderes se reuniram em Nova York no mês passado à bordo de um navio da era da Segunda Guerra Mundial, antes de um jantar que celebrou o 75º aniversário da Batalha do Mar de Coral, na qual forças norte-americanas e australianas derrotaram os japoneses.

    Trump se atrasou para o encontro com Turnbull, porque estava enfrentando problemas de política interna, o que gerou queixas de alguns parlamentares oposicionistas australianos, que entenderam que Turnbull foi esnobado.

    No entanto, Trump mais tarde declarou à mídia seu amor pela Austrália. "Amo a Austrália. Temos um relacionamento fantástico".

    Trump é famoso pela intolerância a qualquer coisa que veja como insulto, e recorre ao Twitter imediatamente para atacar pessoas que zombem dele ou o critiquem. Mas os analistas previram que o monólogo satírico de Turnbull não teria grande efeito sobre o relacionamento entre a Austrália e os Estados Unidos.

    "Trump tem uma série de relacionamentos tempestuosos com líderes mundiais, mas eles não parecem afetar o relacionamento mais profundo entre os Estados Unidos e os países que eles representam. Por exemplo, o acordo entre Austrália e Estados Unidos sobre refugiados foi mantido, e os norte-americanos continuam a vender bilhões de dólares em armas ao Qatar", disse David Smith diretor acadêmico do Centro de Estudos dos Estados Unidos na Universidade de Sydney. "Creio que é improvável que a brincadeira afete Trump, que tem muito com que se preocupar em Washington", ele disse.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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