A polícia de Londres informou neste sábado (17) que 58 pessoas que estavam na Torre Grenfell, o prédio residencial que pegou fogo na quarta-feira (14), ainda estão desaparecidas e podem estar mortas.

Os 30 mortos oficialmente confirmados, segundo a polícia, integram a contabilidade das pessoas desaparecidas.

"No momento, contamos como desaparecidas 58 pessoas que estavam na Grenfell Tower na noite [do incêndio]. Infelizmente, suspeitamos que estejam mortas", declarou o chefe de polícia Stuart Cundy.

Em entrevista neste sábado, o comandante afirmou que a identificação de todos os mortos no bloco de habitação pública que foi devastado pelo incêndio deve demorar semanas.

Cundy disse também que poderiam estar no edifício na ocasião do incêndio outras pessoas que a polícia desconhece, o que elevaria ainda mais o total de mortos.

O chefe da polícia informou, ainda, que as buscas haviam sido interrompidas devido a preocupações de segurança, mas foram retomadas. Ele prometeu uma investigação exaustiva da tragédia. "Meu coração se dirige aos afetados", declarou.

UM MINUTO DE SILÊNCIO

Durante a cerimônia anual "Trooping the Colour", que celebra o aniversário da rainha Elizabeth (que completou 91 anos em abril), a monarca pediu um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do incêndio na Grenfell Tower.

A rainha declarou que o clima nacional é de tristeza, mas o Reino Unido é resoluto diante da adversidade.

"Nos últimos meses, o país testemunhou uma sucessão de terríveis tragédias", disse, referindo-se também ao atentado em Manchester que matou 22 pessoas show da cantora Ariana Grande, no final de maio, e ao ataque recente à torre de Londres e ao mercado Borough, que deixou ao menos oito mortos.

"Estamos unidos em nossa tristeza. Estamos igualmente determinados, sem medo ou favor, a apoiar a reconstrução de todas aquelas vidas tão horrivelmente afetadas", acrescentou a monarca.

	Peter Nicholls/Reuters
	Sobreviventes do incêndio em prédio londrino visitam a primeira-ministra Theresa May neste sábado (17)

THERESA MAY

Também neste sábado, a primeira-ministra britânica, Theresa May, recebeu sobreviventes do incêndio na residência oficial, em Downing Street, e admitiu que o apoio às vítimas logo após a tragédia "não foi bom o suficiente".

Na véspera, May foi interpelada por moradores durante sua visita ao bairro de Londres onde fica o prédio incendiado. Alguns manifestantes chegaram a gritar "vergonha de você".

Também na sexta, centenas de manifestantes invadiram um prédio da prefeitura no distrito de Kensington e Chelsea aos gritos de "queremos justiça" antes de serem retirados pela polícia.