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    Austrália suspende bombardeios na Síria após tensões entre EUA e Rússia

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    20/06/2017 09h25 - Atualizado às 14h56

    Ryan U. Kledzik - 28.jun.2016/Divulgação/Reuters
    FILE PHOTO: A U.S. Navy F/A-18E Super Hornet launches from the flight deck of the aircraft carrier USS Dwight D. Eisenhower in the Mediterranean Sea June 28, 2016. U.S. Navy/Mass Communication Specialist 2nd Class Ryan U. Kledzik/Handout/File Photo via Reuters ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE HAS BEEN SUPPLIED BY A THIRD PARTY. ORG XMIT: TOR554
    Jato militar dos EUA decola de porta-aviões no Mediterrâneo

    A Austrália anunciou nesta terça-feira (20) ter suspendido temporariamente seus bombardeios contra a organização terrorista Estado Islâmico (EI) na Síria após um novo episódio de tensão militar entre a Rússia e os Estados Unidos.

    Depois que os Estados Unidos derrubaram um jato do regime sírio no fim de semana, o governo de Moscou anunciou na segunda-feira a interrupção do canal de comunicação criado para evitar colisões aéreas sobre a Síria e ameaçou derrubar aviões da coalizão internacional liderada por Washington que voem a oeste do rio Eufrates.

    "Por precaução, as operações de bombardeio das forças australianas na Síria cessaram temporariamente", disse em nota o Exército do país, acrescentando que as missões no Iraque serão mantidas. "Os oficiais da Força de Defesa Australiana acompanham de perto a situação aérea na Síria e uma decisão sobre o reinício das operações aéreas será tomada no momento apropriado."

    A Austrália foi o primeiro país a anunciar a suspensão de suas operações aéreas na Síria desde o início das novas tensões entre a Rússia e os Estados Unidos. O Exército australiano mantém seis jatos militares em base nos Emirados Árabes Unidos que participam das operações na Síria e no Iraque.

    Essa foi a primeira vez, desde que a coalizão começou a atuar na Síria, em 2014, que os Estados Unidos derrubaram um avião do regime do ditador Bashar al-Assad –o país financiava rebeldes que lutam na guerra civil, iniciada em 2011, para tentar derrubar o ditador.

    Os Estados Unidos justificaram a derrubada com base no princípio de autodefesa, dizendo que o jato sírio estava jogando bombas perto de posições das Forças Democráticas da Síria (FDS), coalizão de milícias curdas e árabes que luta contra o EI com apoio americano.

    Por sua vez, a Rússia, principal aliada de Assad, classificou o abatimento de "violação cínica" da soberania da Síria e da lei internacional e cobrou Washington a tomar medidas corretivas.

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    Nesta terça-feira, os Estados Unidos disseram ter derrubado um drone de origem iraniana que "demonstrou objetivo hostil e avançou contra forças da coalizão" próximo à base militar de At-Tanf, no sul da Síria, perto da fronteira da Jordânia. O Irã também é aliado de Assad.

    Com o apoio de Moscou, o regime sírio retomou nos últimos meses territórios do EI a oeste do rio Eufrates. Já as FDS têm liderado a campanha contra os extremistas a leste do rio e atualmente conduzem uma operação por terra para expulsar o EI de Raqqa, bastião da facção no país.

    Na segunda-feira, a Casa Branca buscou amenizar as tensões com Moscou, dizendo ser "importante e fundamental" manter abertas as vias de comunicação para evitar conflitos.

    Em abril, os dois países chegaram a reduzir temporariamente sua colaboração militar após o Exército americano bombardear posições do regime sírio em retaliação a um suposto ataque químico ordenado por Assad que matou ao menos 80 pessoas no noroeste do país.

    Na época, os dois governos admitiram que a relação entre Washington e Moscou havia chegado ao seu pior ponto desde o fim da Guerra Fria.

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