Nicolás Maduro Guerra, 27, filho do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, é um dos candidatos à Assembleia Constituinte promovida pelo mandatário e rejeitada pela oposição.
"Vamos para uma Assembleia Nacional Constituinte profundamente democrática, profundamente cidadã, popular e socialista", disse nesta segunda (26) o único filho do presidente, durante um comício pela Constituinte em Caracas.
Maduro Guerra, economista social, se define nas redes sociais como "um soldado de [Hugo] Chávez até além desta vida".
O jovem desempenhou distintos cargos no governo do pai a partir de 2013. Ele foi chefe do Corpo de Inspetores Especiais da Presidência e diretor do gabinete de Delegações e Instruções Presidenciais da vice-presidência, entre outros.
CONSTITUINTE
Em maio, Maduro convocou uma Assembleia Constituinte "popular" para redigir uma nova Constituição, cujos integrantes serão eleitos por setores da sociedade e não pelo voto universal.
"Convoco o poder constituinte original para alcançar a paz de que o país precisa, para derrotar o golpe fascista, uma Constituinte cidadã, não de partidos políticos. Uma Constituinte do povo", disse Maduro.
A Constituinte, que em 30 de julho elegerá 545 membros que reformularão a Carta Magna, é rejeitada pela oposição, que a considera uma tentativa de Maduro de se perpetuar no poder.
Maduro afirmou que a decisão se baseia nos artigos 347 e 349 da atual Constituição venezuelana, adotada em 1999, no primeiro ano do governo de Hugo Chávez (1954-2013). Os membros da Constituinte de 1999 foram eleitos mediante votação nacional e não por setores, como agora propõe Maduro, e pertenciam majoritariamente ao chavismo.
O presidente enfrenta fortes protestos desde 1º de abril passado, que exigem sua saída, eleições gerais e a suspensão da Constituinte. As manifestações já deixaram 75 mortos mais de 1.500 feridos.