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    Em vitória para May, plano de governo passa no Parlamento britânico

    DIOGO BERCITO
    DE MADRI

    29/06/2017 07h52 - Atualizado às 15h10

    Stefan Wermuth - 11.jun.2017/Reuters
    Britain's Prime Minister Theresa May leaves after a church service in Sonning, Britain June 11, 2017. REUTERS/Stefan Wermuth
    A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May

    A primeira-ministra britânica, Theresa May, recebeu nesta quinta-feira (29) um importante voto de confiança da Câmara dos Comuns, um alento a sua liderança em um mês de desafios políticos.

    Os membros dessa Casa, equivalente à Câmara dos Deputados brasileira, aprovaram o programa legislativo proposto pelo governo na quarta-feira passada (21), incluindo todas as leis que devem ser debatidas no ano.

    Se os planos de May tivessem sido recusados pela Câmara, seu governo conservador poderia até seguir adiante, mas bastante enfraquecido, aumentando as chances de haver outras eleições gerais nos próximos meses.

    É, ainda assim, uma vitória por pequena margem. As medidas foram aprovadas por 323 votos contra 309, uma maioria de apenas 14. Há no total 650 deputados.

    May resistiu também a outros desafios legislativos nesta quinta, ao derrubar três propostas de emendas ao programa de seu governo.

    Uma delas nem chegou a ser votada. Deputados exigiam que a administração financiasse o aborto de norte-irlandeses na Inglaterra. May cedeu antes do debate, evitando o risco da derrota.

    A segunda emenda, proposta pelo Partido Trabalhista, pedia que o Reino Unido mantivesse os direitos existentes dos cidadãos europeus no país. O texto caiu por 323 votos contra 297.

    A última emenda dizia respeito ao "brexit", a saída britânica da União Europeia. Legisladores insistiam em que o país permanecesse no mercado comum europeu, que reúne 500 milhões de consumidores. Foram 322 votos contra e 101 a favor.

    O Partido Trabalhista tinha obrigado todos seus deputados a votar contra a emenda, mas 49 deles se rebelaram e apoiaram a ação. Eles podem ser punidos.

    Isabel Infantes - 24.jan.2017/AFP
    The Elizabeth Tower, more commonly known as "Big Ben", and the Houses of Parliament are seen from the south side of the River Thames beside Westminster Bridge in central London on January 24, 2017. The British government must win parliament's approval before starting talks to leave the EU, the Supreme Court ruled Tuesday, in a landmark judgement and setback for Prime Minister Theresa May.
    Prédio do Parlamento britânico e o Big Ben, em Londres

    MAIORIA

    O programa legislativo é tradicionalmente redigido pelo governo, enumerando suas prioridades para o ano, e apresentado ao Parlamento pela rainha Elizabeth. O processo é por isso conhecido como "Discurso da Rainha".

    A maior parte da legislação apresentada pelo gabinete neste ano envolve o "brexit", cujas negociações seguirão até 2019. Em uma posição frágil, depois de sofrer um revés eleitoral, May foi obrigada a retirar de seu programa algumas medidas controversas, como a redução das refeições escolares.

    May tinha 330 cadeiras no Parlamento quando decidiu em abril passado antecipar as eleições. O cálculo era de que ela pudesse ampliar sua margem dentro da Câmara.

    Ela foi, no entanto, frustrada. Seu Partido Conservador recebeu apenas 318 assentos em uma Casa de 650. Ela precisaria de 326 para ter a maioria. Com isso, foi obrigada a travar uma aliança com o norte-irlandês DUP (Partido Unionista Democrático), com dez deputados.

    May sofreu outros revezes nos últimos meses, além das eleições. Seu governo é acusado, por exemplo, de ter feito cortes no aparato de segurança –e o país foi alvo de quatro ataques desde março.

    O governo sofreu desgaste também pelo incêndio na Torre Grenfell, com ao menos 80 vítimas, o mais letal no Reino Unido desde a Segunda Guerra (1939-1945). O governo teria, segundo a oposição, reduzido gastos nos órgãos responsáveis pela fiscalização das construções.

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