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    Tribunais militares enviaram 283 civis à prisão na Venezuela, diz ONG

    DA AFP

    10/07/2017 21h57

    Na mais longa e violenta onda de protestos contra o presidente Nicolás Maduro, 3.666 pessoas foram presas na Venezuela em pouco mais de cem dias. Dessas, 417 foram levadas a tribunais militares, das quais 283 foram enviadas para a prisão.

    Os números foram apresentados nesta segunda-feira (10) pela ONG Foro Penal.

    "É uma violação dos direitos humanos. Acusa-se a grande maioria de rebelião militar, traição à pátria e subtração de artefatos das Forças Armadas", afirma Alfredo Romero, diretor da ONG.

    Carlos Becerra/AFP
    Membros da Guarda Nacional da Venezuela prendem ativista opositora em protesto em Caracas
    Membros da Guarda Nacional da Venezuela prendem ativista opositora em protesto em Caracas

    Alguns dos presos foram acusados de "desacato ao soldado", como um jovem detido após posar para uma foto ao lado de um pedestal destruído do ex-presidente Hugo Chávez (1954-2013).

    Entre os encarcerados por cortes militares estão 27 estudantes detidos em uma universidade em Maracay, no norte, depois de protestos contra Maduro.

    O diretor da Foro Penal considera "algo totalmente novo e irregular" a grande quantidade de civis processados por tribunais militares.

    A procuradora-geral, Luisa Ortega Díaz, que rompeu com o chavismo, afirmou que esse ato viola o Estado de Direito.

    A Foro Penal informou ainda que há 431 presos políticos na Venezuela. A entidade voltou a exigir liberdade plena para o líder opositor Leopoldo López, transferido no sábado (8) para a prisão domiciliar após três anos e cinco meses na cadeia.

    CORONEL

    A Procuradoria denunciou nesta segunda o chefe da segurança da Assembleia Nacional por violação dos direitos humanos. O coronel Bladimir Lugo é acusado de não agir para evitar a invasão da sede do Legislativo por chavistas na semana passada, que feriu sete deputados opositores.

    Lugo é o terceiro militar que o Ministério Público denuncia por violação aos direitos humanos desde que a procuradora rompeu com Maduro.

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