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    Filho de Trump sabia que material contra Hillary era da Rússia, diz jornal

    DE SÃO PAULO

    10/07/2017 23h19

    Donald Trump Jr., filho do presidente dos EUA, foi informado em junho de 2016 que o material que lhe foi oferecido para comprometer Hillary Clinton fazia parte dos esforços da Rússia para que seu pai ganhasse a eleição.

    Segundo informou nesta segunda-feira (10) o jornal "The New York Times", Donald Jr. teria sido avisado sobre o elo do Kremlin com o dossiê contra a democrata em e-mail enviado pelo publicitário britânico Rob Goldstone.

    Al Drago - 16.abr.2017/The New York Times
    Donald Trump Jr., filho mais velho do presidente dos EUA, chega à base militar de Andrews em abril
    Donald Trump Jr., filho mais velho do presidente dos EUA, chega à base militar de Andrews em abril

    A mensagem foi entregue antes do encontro dele com a advogada russa Natalia Veselnitskaya, com quem o filho do republicano admitiu ter se reunido para conseguir informações comprometedoras sobre Hillary.

    Com base em três pessoas que teriam visto o e-mail, Goldstone foi um dos responsáveis por fazer o contato entre os dois. O britânico afirmou que o governo russo poderia ser o portador dos dados para a campanha suja.

    O jornal afirma, no entanto, não ter provas de que os dados teriam sido obtidos em ataques cibernéticos —principal meio que o Kremlin teria usado para interferir na eleição de 2016, segundo os serviços de inteligência dos EUA.

    Apesar disso, é possível que o Departamento de Justiça e o Congresso incluam o e-mail entre as evidências de suas investigações sobre o suposto elo entre a equipe de campanha de Trump e as autoridades russas.

    O advogado de defesa de Donald Jr., Alan Futerfas, confirmou o contato do filho do presidente com o britânico, mas disse que seu cliente não fez nada de errado. Ele ainda acusou a imprensa de "fazer estardalhaço por nada".

    Assista ao vídeo

    "O resultado desta comunicação foi o de que alguém tinha informação que poderia ser útil para a campanha e vinha de alguém que ele conhecia. Ele não tinha conhecimento de que informação específica, se havia, seria discutida."

    O "New York Times" havia informado sobre a reunião de Donald Jr. e a russa no fim de semana. Também teriam ido ao encontro, em 9 de junho de 2016, seu cunhado, Jared Kushner, e o coordenador de campanha, Paul Manafort.

    Logo após a denúncia, o filho do presidente disse que o tema da reunião havia sido a suspensão do programa para adoção de crianças russas por americanos, cancelado pelo presidente Vladimir Putin em 2013.

    Menos de 24 horas depois ele mudou a versão. Em nota, disse ter pedido para ver "uma pessoa que disseram ter informações que poderiam ajudar a campanha" e negou que tenha obtido qualquer dado sobre Hillary.

    Casada com um ex-vice-ministro da região de Moscou, Natalia Veselnitskaya tem como clientes empresas estatais e o filho de um alto funcionário do governo cuja empresa era investigada pelos EUA na época do encontro.

    Goldstone, que fez o contato da advogada russa com Donald Jr., é representante do cantor pop Emin Agalarov, filho do bilionário Aras Agalarov, que tem relações próximas com o presidente russo e com a advogada.

    A família Agalarov foi uma das patrocinadoras do concurso de Miss Universo na Rússia, em 2013, uma marca das Organizações Trump, e assinou um acordo preliminar para a construção de uma Trump Tower em Moscou.

    Em resposta às denúncias, a vice-porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, voltou a dizer que a equipe de campanha e o filho mais velho do presidente não conspiraram com ninguém para interferir na eleição.

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