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    Governo Trump

    Em sabatina, indicado de Trump para o FBI promete independência

    MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
    DE NOVA YORK

    12/07/2017 12h00 - Atualizado às 00h30

    Mandel Ngan/AFP
    Christopher Wray testifies before the Senate Judiciary Committee on his nomination to be the director of the Federal Bureau of Investigation in the Dirksen Senate Office Building on Capitol Hill on July 12, 2017 in Washington,DC. / AFP PHOTO / Mandel NGAN
    Christopher Wray, indicado por Trump para ser o novo diretor do FBI, em sabatina no Senado

    O advogado Christopher Wray, 50, nome indicado pelo presidente Donald Trump para o cargo de diretor do FBI (polícia federal americana), prometeu nesta quarta (12) atuar com independência em relação à Casa Branca.

    "Minha lealdade será com a Constituição e o Estado de Direito", disse o diretor indicado durante uma sabatina perante a Comissão de Justiça do Senado, que pelas normas do país tem prerrogativa de referendar ou não a nomeação, válida em princípio para mandato de dez anos.

    Ele disse que o trabalho do FBI não será movido "por nada além dos fatos, da lei e da busca imparcial pela justiça".

    Wray foi nomeado para substituir James Comey, demitido em maio, em decisão inesperada. A demissão levantou suspeitas sobre o intuito de Trump de interferir nas investigações do FBI acerca dos indícios de conluio entre seus assessores e autoridades russas na campanha eleitoral do ano passado.

    A sabatina ocorreu um dia depois do terremoto causado pela divulgação de uma série de e-mails do filho do presidente, Donald Trump Jr., datados de junho de 2016. Neles, um intermediário de um empresário, conectado aos negócios da família Trump, diz que o procurador-geral da Rússia poderia repassar à campanha republicana informações que incriminariam a então candidata democrata Hillary Clinton.

    Trump Jr. respondeu que "adorou" a proposta e agendou um encontro em Nova York com a advogada Natalia Veselnitskaia, que teria relações com o Kremlim. Também estiveram na reunião o genro e assessor de Trump, Jared Kushner, e o então diretor da campanha do republicano, Paul Manafort.

    PERFIL DO INDICADO

    Formado pela Universidade Yale e vice-secretário de Justiça entre 2003 e 2005, durante o governo de George W. Bush, Wray é especialista em crimes de colarinho branco.

    Ele foi advogado do governador de Nova Jersey, o republicano Chris Christie, no escândalo do "Bridgegate", em 2014. Na ocasião, Christie e seus assessores foram investigados por terem propositalmente fechado faixas de trânsito de uma ponte importante com o objetivo de criar congestionamentos e prejudicar um prefeito adversário. O governador acabou absolvido, mas dois assessores foram condenados.

    Durante a sabatina, ele contrariou declarações de Trump, que disse ser vítima de uma "caça às bruxas" promovida Robert Mueller, o conselheiro jurídico especial nomeado para acompanhar as investigações após a demissão de Comey. Trump voltou a usar a expressão na quarta para defender seu filho no caso da Rússia.

    Wray garantiu que evitaria encontros a sós com Trump e que renunciaria caso o presidente lhe pedisse para fazer algo considerasse ilegal. A declaração foi uma referência ao depoimento de Comey ao Senado, em junho. Ele afirmou ter sido abordado por Trump, que lhe sugeriu aliviar o inquérito contra o ex-Conselheiro de Segurança Michael Flynn, demitido após revelações de que mentira sobre contatos com o embaixador russo nos EUA.

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