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    Após consulta, adversários de Maduro prometem intensificar protestos

    DE SÃO PAULO

    17/07/2017 13h45 - Atualizado às 18h01

    Adversários do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciaram nesta segunda-feira (17) que pretendem promover uma escalada nos protestos contra o governo após o plebiscito informal da véspera em que milhões de pessoas expressaram descontentamento com a situação do país.

    Dirigentes da coalizão opositora MUD (Mesa de Unidade Democrática) programaram para quinta-feira (20) um dia de "paralisação cívica" e avaliam adotar táticas como bloqueios e ocupações de vias e até uma greve nacional.

    Eles exigem o cancelamento da Assembleia Constituinte convocada por Maduro, cujos membros deverão ser eleitos no próximo dia 30.

    Uma onda de protestos contra o governo iniciada em abril já deixou mais de 90 mortos.

    No domingo (16), a oposição realizou uma consulta informal em rechaço à Constituinte e a favor da convocação de eleições gerais. Segundo os organizadores, 7,2 milhões de pessoas votaram e mais de 98% expressaram apoio às bandeiras dos opositores.

    "Se o regime insiste em ignorar a decisão dos venezuelanos, todos devemos fazer que a soberania seja respeitada. Estamos preparados e dispostos a fazer de tudo para construir um país para todos", declarou nesta segunda-feira o deputado opositor Freddy Guevara, vice-presidente da Assembleia Nacional, controlada pela oposição, acrescentando que a "escalada definitiva" nos protestos ocorrerá na semana que vem.

    O deputado Julio Borges, que lidera a Assembleia Nacional, afirmou que a oposição deve "materializar o mandato que o povo nos deu para que não haja Constituinte".

    A consulta informal teve o apoio da Organização das Nações Unidas, da Organização de Estados Americanos, dos Estados Unidos e de governos da América Latina e da Europa.

    Em Caracas, homens armados atiraram contra um centro de votação, matando uma pessoa e ferindo outras quatro.

    O chavista Jorge Rodríguez, chefe de estratégia e propaganda do Comando de Campanha Constituinte, afirmou nesta segunda que o plebiscito foi irregular e fraudulento. "Houve pessoas que votaram em várias ocasiões e em diferentes lugares. Uma única pessoa votou 17 vezes", disse.

    Seguidores de Maduro participaram no mesmo dia de uma simulação organizada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para a eleição da Constituinte.

    O Itamaraty disse nesta segunda que a alta participação no plebiscito opositor expressa a "vontade do povo venezuelano de pronta restauração do estado democrático de direito" e pediu o cancelamento da Constituinte.

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