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    Mercosul eleva o tom das críticas à Venezuela

    SYLVIA COLOMBO
    ENVIADA ESPECIAL A MENDOZA

    20/07/2017 16h22 - Atualizado às 00h20

    Os países que são membros plenos do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) avaliarão na cúpula do bloco, em Mendoza (Argentina), um avanço nos termos da suspensão da Venezuela.

    Inicialmente, a suspensão havia sido anunciada como algo técnico, pelo fato de a Venezuela não cumprir os requisitos necessários para a integração no bloco. "Agora, vamos colocar ênfase na questão democrática", disse o vice-chanceler argentino, Daniel Raimondi, na tarde desta quinta (20).

    Martín Zabala/Xinhua
    (170720) -- MENDOZA, julio 20, 2017 (Xinhua) -- El ministro de Relaciones Exteriores de Argentina, Jorge Faurie (c-d), encabeza junto al ministro de Hacienda de Argentina, Nicolás Dujovne (c-i), la reunión de cancilleres y ministros de hacienda en el marco de la Cumbre de Jefes de Estado del Mercado Común del Sur (Mercosur) y Estados Asociados, en la ciudad de Mendoza, Argentina, el 20 de julio de 2017. El Mercosur celebrará el 20 y 21 de julio su cumbre semestral en la ciudad argentina de Mendoza, al pie de la Cordillera de los Andes, donde el país anfitrión entregará la presidencia rotativa del bloque a Brasil. En el encuentro participarán Argentina, Brasil, Paraguay y Uruguay, miembros fundadores del bloque creado en 1994. También estarán presentes Bolivia, país que está en proceso de adhesión, y Chile, ambos en carácter de asociados, y México, en rol de país invitado. Venezuela, en cambio está "suspendida" desde diciembre. (Xinhua/Martín Zabala) (mz) (jg) (ah)
    O chanceler da Argentina, Jorge Faurie (centro), encabeça reunião de ministros do Mercosul, em Mendoza

    A suspensão passará, assim, a ser política e significará que a Venezuela perderá benefícios que ainda mantinha como membro do bloco.

    Raimondi disse ainda que está em avaliação a aplicação, pelo menos em parte, da cláusula democrática do Protocolo de Ushuaia. A medida, em sua integridade, incluiria ações como o fechamento de fronteiras e a suspensão do comércio. "Estão descartadas sanções econômicas ou que possam penalizar a população venezuelana", disse.

    O vice-chanceler, porém, enfatizou que os presidentes, que se reúnem nesta sexta-feira (21), pretendem debater alguns aspectos do texto.

    Ao chegar a Mendoza, o chanceler brasileiro, Aloysio Nunes Ferreira, disse que os países estão fazendo "consultas", e que, "se essas forem infrutíferas, podem ser aplicadas sanções. Que sanções são essas, é preciso discutir."

    Ele considera "delicado falar em sanção comercial". Primeiro por não haver base política para isso. "Além disso, nós vamos matar o povo de fome? Eles já estão morrendo de fome, e as sanções tem que ser decididas por consenso."

    A dúvida é como agirá o Uruguai, único dos sócios refratário a medidas duras.

    O uruguaio Tabaré Vázquez foi o primeiro presidente a chegar ao evento. Em entrevista a jornalistas, disse que seu país sempre "estenderá a mão" à Venezuela e defendeu uma solução que ocorra "em terreno pacífico".

    Ele lamentou a morte de 98 venezuelanos nos protestos contra Nicolás Maduro. Declarou, porém, que apesar de acompanhar o Mercosul em suas decisões, é "contra sanções econômicas".

    Além do Uruguai, a situação interna da Argentina deve dificultar o debate. Apesar de o presidente Mauricio Macri ser ferrenho opositor de Maduro, o momento é delicado.

    A Argentina terá eleições legislativas em outubro e, com um discurso mais belicoso, analistas afirmam que Macri pode dar munição à sua principal rival, a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-15).

    O vice-chanceler Raimondi disse que se buscará a assinatura de outros países da região após a declaração final da cúpula estar pronta.

    "É relevante que o Mercosul faça isso como grupo, algo que nem a Unasul (União das Nações Sul-Americanas) nem a Celac (Comunidades dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) fizeram".

    A expulsão da Venezuela, porém, "está fora de questão porque iria em contra dos princípios do grupo."

    REFORMA NO BRASIL

    Reunidos nesta quinta sem o brasileiro Henrique Meirelles (que chegaria apenas à noite, com o presidente Michel Temer), os ministros da Economia do bloco debateram reformas trabalhistas.

    Os ministros acompanham com atenção o avanço da reforma no Brasil. A Argentina tem um pacote preparado, mas receia aprová-lo antes da eleição. Uruguai e Paraguai preveem um aumento da competitividade do Brasil, já desigual em relação aos sócios menores.

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