Um bombardeio comandado pelos Estados Unidos matou 16 policiais afegãos por engano na província de Helmand, no sudoeste do Afeganistão.

O ataque aéreo, confirmado por forças americanas em Cabul, capital afegã, teve início às 17h desta sexta-feira (21). Dois comandantes militares estariam entre as vítimas, informou o porta-voz da polícia de Helmand, Salam Afghan, à agência de notícias France Presse.

De acordo com Afghan, os policiais faziam uma operação no distrito de Gereshk contra forças do grupo radical islâmico Taleban quando foram mortos.

"Meia hora antes os talebans estavam ali, mas as forças afegãs tinham recuperado o controle da área quando ocorreu o bombardeiro", disse Afghan.

O governador de Helmand, Hayatullah Hayat, disse acreditar que os militares afegãos não estavam uniformizados, o que poderia ter confundido as forças americanas.

Segundo o porta-voz do Ministério do Interior de Cabul, Najib Danish, o governo afegão enviou à região uma delegação para realizar uma "investigação completa dos fatos".

A operação e o erro foram admitidos por forças ocidentais em Cabul. Em comunicado, os EUA confirmaram que o ataque aéreo foi realizado em operação contra insurgentes na área. Já a Otan (aliança militar ocidental) anunciou a abertura de uma investigação interna e prestou condolências às famílias das vítimas

Grande parte de Helmand é controlada pelo Taleban. A província produz 85% do ópio do Afeganistão, a principal fonte de renda dos insurgentes.

Para conter a facção islâmica, 300 fuzileiros americanos foram enviados em abril a Lashkar-Gah, na capital da província de Helmand.