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    Governo Trump

    Genro de Trump admite quatro reuniões com russos, mas nega complô

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    24/07/2017 08h27 - Atualizado às 16h40

    Kevin Lamarque - 23.fev.2017/Reuters
    Jared Kushner, genro de Trump, atrás do presidente americano
    Jared Kushner, genro de Trump, atrás do presidente americano

    Jared Kushner, genro e assessor próximo do presidente americano, Donald Trump, reconheceu nesta segunda-feira (24) que se reuniu quatro vezes com funcionários russos durante a campanha eleitoral de 2016, mas negou qualquer complô orquestrado para levar seu sogro à Casa Branca.

    Em audiência no Comitê de Inteligência do Senado, Kushner afirmou que todas as suas ações foram corretas e que ocorreram no "curso normal dos eventos de uma campanha".

    "Eu não estive em conluio com a Rússia e não sei de ninguém da campanha que tenha feito isto", afirmou Kushner durante a audiência no Capitólio a portas fechadas que durou quase três horas. "Não mantive nenhum contato inadequado."

    Segundo Kushner, as gravações e documentos apresentados provam que não houve trama com o Kremlin. Ele disse também que em nenhum dos encontros discutiu sanções americanas contra a Rússia.

    Após a audiência, Kushner afirmou a jornalistas que Trump derrotou a democrata Hillary Clinton pelos seus méritos, e não com o auxílio de interferências externas. Segundo ele, o presidente dos EUA "passou uma mensagem melhor e executou uma campanha mais inteligente".

    "Sugerir qualquer outra coisa é ridicularizar quem votou nele", disse.

    Ao sair do Capitólio, Kushner acenou ao público e disse que a entrevista foi "ótima", além de ter respondido a todas as perguntas.

    Mais cedo, Jared enviou comunicado à imprensa descrevendo contatos com o embaixador russo nos Estados Unidos, Sergei Kislyak, e com outros funcionários russos como algo normal dado o seu papel de mediador da campanha de Trump com os governos estrangeiros.

    Na declaração, Jared disse que nenhum dos encontros foi impróprio.

    Jared é interrogado também por se reunir com o banqueiro russo Sergei Gorkov, considerado homem próximo ao presidente da Rússia, Vladimir Putin.

    "Eu não dependi de recursos russos para financiar minhas atividades comerciais no setor privado", afirmou Kushner no comunicado.

    INTERROGATÓRIOS

    Kushner enfrenta nesta semana dois dias de interrogatórios a portas fechadas pelo Congresso norte-americano para determinar se a campanha de Trump recorreu à ajuda da Rússia para conquistar a Casa Branca na eleição do ano passado.

    Outro tema dos interrogatórios é a reunião com a advogada russa Natalia Veselnitskaya. No encontro, Kushner estava acompanhado pelo filho do presidente dos EUA, Donald Trump Jr.

    Segundo Jared, os dois discutiram apenas a lei que veta a adoção de crianças russas por famílias americanas. Mas emails de Trump Jr. mostraram que o comitê de campanha esperava receber de Veselnitskaia informações comprometedora sobre Hillary.

    Desde maio, uma equipe independente de investigadores liderada pelo promotor especial e ex-diretor do FBI Robert Mueller tenta determinar se existem ligações entre a suposta ingerência da Rússia na última eleição americana e ex-responsáveis pela campanha de Donald Trump, membros de sua família e o próprio presidente.

    O Senado e a Câmara dos Deputados conduzem investigações separadas sobre o caso.

    Nesta terça (25), Kurshner deve enfrentar novas perguntas sobre seus contatos com cidadãos e autoridades russas quando testemunhar ao Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados.

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