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    Câmara dos EUA aprova novas sanções contra a Rússia

    ISABEL FLECK
    DE WASHINGTON

    25/07/2017 18h56 - Atualizado às 22h41

    A Câmara dos EUA aprovou nesta terça-feira (25) um texto que prevê novas sanções contra a Rússia, o Irã e a Coreia do Norte, mas que também limita os poderes do presidente Donald Trump de rever as medidas restritivas contra Moscou.

    A vitória por 419 votos contra 3 mostra a disposição da Câmara, de maioria republicana, de monitorar de perto a relação do governo com a Rússia em meio à investigação sobre a interferência de Moscou nas eleições e possíveis elos de assessores de Trump com o Kremlin.

    O texto prevê ainda que o presidente seja obrigado a enviar ao Congresso um relatório com propostas de ações que possam "alterar significativamente" a política externa americana em relação a Moscou, incluindo rever sanções e restabelecer o acesso russo às duas instalações do governo do país, em Maryland e em Nova York, suspenso pelo governo Obama.

    O Congresso, então, teria uma "janela" de 30 dias para bloquear qualquer uma dessas ações.

    A expectativa é que o texto não enfrente resistência no Senado, onde uma versão anterior passou com folga, por 98 votos a 2 —o que deixará o presidente numa saia justa diante da escolha de vetar ou não as sanções.

    Nesta terça, a vice-porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, evitou afirmar se Trump assinará ou não o projeto, mas destacou que o presidente "tem sido muito firme em seu apoio à continuidade das sanções a esses três países".

    "Ele não tem a intenção de rejeitar [as sanções], mas quer garantir que possamos obter o melhor negócio para o povo americano", disse Sanders. "E o Congresso não tem tido o melhor histórico sobre isso. Ele vai estudar o texto e ver qual é o produto final", completou.

    Integrantes do governo já vinham criticando a proposta por não dar a "flexibilidade" que Trump precisa para uma relação mais próxima com a Rússia.

    Há indícios de que membros da campanha do republicano possam ter tratado do alívio de embargos existentes com o governo russo.

    O ex-conselheiro de Segurança Nacional Michael Flynn caiu justamente depois que foi revelado que ele teria falado sobre sanções com o então embaixador russo em Washington, Sergey Kislyak, antes mesmo da posse Trump. Segundo a Casa Branca, ele não teria revelado a seus superiores o conteúdo da conversa.

    Trump, contudo, teria dito ao ex-diretor do FBI (polícia federal americana) James Comey "esperar que ele deixasse de lado" a investigação sobre Flynn. Comey seria demitido pelo presidente alguns meses depois.

    GENRO

    A aprovação das novas sanções na Câmara ocorreu horas depois do depoimento, a portas fechadas, do genro e assessor próximo do presidente, Jared Kushner, ao Comitê de Inteligência da Câmara, nesta terça.

    Na segunda (24), ele admitiu ao Comitê de Inteligência do Senado ter se reunido quatro vezes com funcionários russos durante a campanha, mas negou ter havido um conluio para levar Trump à Casa Branca.

    Nesta terça, o comitê interrogou o ex-diretor de campanha Paul Manafort, que entregou suas anotações sobre o encontro que ele, Kushner e o filho mais velho do presidente, Donald Trump Jr., tiveram com uma advogada russa em junho de 2016.

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