Araki participou do encontro "Os muçulmanos e o enfrentamento ao terrorismo e ao radicalismo", organizado pelo Centro Islâmico no Brasil em um hotel na zona norte de São Paulo. A visita do clérigo ao Brasil despertou críticas de líderes religiosos, que o acusam de discurso de ódio contra Israel.

Em entrevista à Folha na sexta-feira (28), Araki afirmou ter sido mal interpretado e que o ambiente de ódio foi criado por aqueles que o criticaram.

Em sua palestra, o aiatolá, que é do ramo xiita do islã, criticou as monarquias sunitas do golfo Pérsico, lideradas pela Arábia Saudita, uma das principais aliadas dos EUA na região. "Os dirigentes do Golfo viram a paz na Síria, tiveram inveja e a tiraram deles."

Nascido no Iraque, Araki é hoje um dos 88 membros da Assembleia dos Especialistas do Irã, instância responsável por indicar o líder supremo iraniano —cargo ocupado desde 1989 pelo aiatolá Ali Khamenei.

O clérigo afirmou que "o americano implantou a discórdia no Iraque". "Um irmão iraquiano me disse uma vez que ninguém lidava com os termos sunita ou xiita. O Iraque era um povo só."

CRÍTICAS A ISRAEL
Araki classificou como "terrorismo" as restrições impostas na última semana por Israel à entrada de muçulmanos na Esplanada das Mesquitas, na Cidade Velha de Jerusalém.

No dia 14, um atentado deixou dois policiais israelenses mortos em uma das entradas da Cidade Velha. Em resposta, o governo de Israel instalou detectores de metal na Esplanada, mas depois os retirou após uma onda de protestos de palestinos. No entanto, está em vigor um veto à entrada de muçulmanos com menos de 50 anos.

"Por que os muçulmanos não podem entrar em suas mesquitas? Isso não é terrorismo? Centenas de palestinos foram feridos porque queriam entrar nas mesquitas e fazer suas orações."

O aiatolá encerrou sua fala pedindo a condenação do terrorismo, "aquele que atingiu a França, a Bélgica, deve ser banido esse terrorismo que atinge o mundo inteiro", em referência aos atentados que deixaram quase 200 mortos na Europa nos últimos dois anos.

Também falaram no evento o embaixador iraniano no Brasil, Seyed Ali Saghaeyan, e o vereador de São Paulo Eduardo Suplicy (PT), entre outros.

Comentários

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Sérgio Pombo

30/07/2017 10h16

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Para os bem informados ele não disse nenhuma novidade. Em sua viagem ao OM o bocudo Trumpalhão trompeteou aos quatro ventos que tinha ido lá vender "lindos produtos" da industria bélica norte-americana. Divulgou até valores, 100 bilhões para a monarquia da Arábia Saudita. Para os mal intencionados, ele deveria ser calado.

jose vanzo

30/07/2017 03h17

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Este cara é lider religioso que não acredita na tolerância religiosa.Quem não professa a crença dele é infiel e merece desaparecer da face da terra.Em breve veremos as facções que vivem do tráfico de armas e droga,que aterrorizam cotidianamente o pais ,abrirem uma filial desta religião por aqui,complicando ainda mais a confusão que já amazônica. As religiões monoteistas trouxeram a guerra permanente para o mundo e assim querem continuar.

joao lima

30/07/2017 01h07

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Já dizia Degaulle: O Brasil não é um país sério! Trazendo mais problemas para o país. Ah, Brasil! Não critiquem os Estados Unidos que é a evolução da humanidade!

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