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    Putin anuncia que 755 diplomatas americanos terão de deixar a Rússia

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    30/07/2017 15h42 - Atualizado às 22h35

    Sergei Karpukhin /Reuters
    O presidente russo, Vladimir Putin, na cerimonia de abertura do show aéreo MAKS 2017, que acontece até 23 de julho, em Jukovsky
    O presidente russo, Vladimir Putin, na cerimônia de abertura do show aéreo MAKS 2017

    O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou neste domingo (30), em uma entrevista a um canal público de TV, que 755 diplomatas americanos terão de deixar a Rússia até o dia 1º de setembro, como parte de uma decisão do Kremlin de reduzir a 455 o número de representantes dos EUA em território russo.

    "Esperamos tempo suficiente, com a esperança de que a situação [com os EUA] talvez melhorasse", afirmou Putin. "Mas tudo indica que, mesmo que a situação mude, isso não vai ocorrer logo".

    O anúncio das expulsões já havia ocorrido na sexta-feira (28), mas sem dizer qual era o número de diplomatas envolvidos.

    A medida ocorre em retaliação à decisão da Câmara e do Senado dos EUA, tomada na semana passada, de aprovar mais sanções à Rússia, em meio às investigações do FBI (polícia federal americana) sobre a interferência de Moscou nas eleições e possíveis elos de assessores de Trump com o Kremlin. O governo russo nega ter tido ingerência no pleito americano.

    As punições contra a Rússia, que podem afetar inclusive grandes empresas de energia da Europa que têm projetos com companhias estatais russas, ainda precisam receber o aval do presidente dos EUA, Donald Trump. Na última sexta-feira (28), a Casa Branca informou que Trump deve sancionar a decisão do Congresso nos próximos dias -caso não o faça, o Legislativo pode derrubar o veto presidencial.

    O corte do corpo diplomático americano para 455 pessoas é uma medida de reciprocidade da Rússia, pois este é o número de diplomatas russos que permaneceram nos EUA depois de Washington ter determinado a expulsão de 35 deles, em dezembro do ano passado, pouco antes de Trump tomar posse.

    Naquela ocasião, Putin chegou a dizer que não expulsaria nenhum diplomata americano, mas que se reservava o direito de retaliar de alguma maneira.

    Na sexta (29), um alto funcionário da Embaixada dos EUA em Moscou disse que há cerca de 1.100 representantes americanos na Rússia. O Departamento de Estado recusou-se, porém, a informar o número exato.

    MAIS MEDIDAS

    Na entrevista, Putin afirmou também que a Rússia pode tomar mais medidas contra os EUA, mas não a curto prazo. "Sou contra isso [aplicar mais retaliações] no momento", afirmou.

    O líder russo voltou a dizer que as sanções impostas pelos EUA são mais um passo para a piora da relação entre os países.

    No entanto, ele afirmou que Moscou e Washington têm conseguido resultados em algumas áreas de cooperação, "mesmo nessa difícil situação."

    Putin citou a criação de uma zona de não agressão no sul da Síria como exemplo de êxito diplomático. No conflito sírio, russos e americanos combatem a organização terrorista Estado Islâmico, mas estão em lados opostos em relação ao regime do ditador Bashar al-Assad.

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