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    Maduro pagou US$ 30 bi à Odebrecht por obras inacabadas, diz procuradora

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    01/08/2017 02h00

    A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, afirmou que o governo venezuelano pagou US$ 30 bilhões à Odebrecht por 11 obras incompletas e que o Ministério Público do país não será submisso em relação ao escândalo envolvendo a empreiteira brasileira, que, segundo ela, é o que mais preocupa.

    Entre as obras citadas pela procuradora-geral em entrevista coletiva nesta segunda (31) estão o metrô de Caracas e a terceira ponte sobre o Orinoco, o principal rio venezuelano.

    Carlos Garcia Rawlins - 26.jan.2017/Reuters
    Uma das obras inacabadas da construtora Odebrecht em Caracas; empreiteira recebeu US$ 30 bilhões
    Uma das obras inacabadas da construtora Odebrecht em Caracas; empreiteira recebeu US$ 30 bilhões

    Ex-aliada do chavismo, Ortega Díaz se converteu em uma das maiores críticas do governo Nicolás Maduro desde que o presidente tentou anular a Assembleia Nacional —de maioria opositora— em março, por meio do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), alinhado ao chavismo.

    No início de julho, o Ministério Público venezuelano acusou formalmente as duas primeiras pessoas no país por envolvimento no escândalo Odebrecht, que revelou ter pagado US$ 98 milhões em propina na Venezuela.

    Entre os 13 países latino-americanos nos quais a Odebrecht confessou irregularidades este é o segundo maior montante, superado apenas pelo Brasil.

    A investigação venezuelana teve início em janeiro deste ano. À época, o governo Maduro anunciou que tocaria o restante das obras inacabadas com recursos locais.

    Ortega Díaz afirmou ainda que a Venezuela está diante de uma "ambição ditatorial" de Maduro e que não reconhece a Assembleia Constituinte eleita no domingo (30).

    Para Ortega Díaz, a Constituinte "vai acabar" com os direitos a voto, manifestação e liberdade de expressão. "Todos os direitos políticos estão em perigo."

    Segundo a procuradora, a "prioridade" da Constituinte é cortar "a minha cabeça" e anular "instituições incômodas", em vez de solucionar a grave crise social da Venezuela.

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