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    Mulher e filho de Maduro são eleitos para Constituinte na Venezuela

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    01/08/2017 22h15 - Atualizado às 23h23

    A mulher e o filho do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foram eleitos entre os 545 integrantes da Assembleia Constituinte convocada por ele, assim como alguns dos principais membros da cúpula do chavismo.

    A eleição do último domingo (30) confirmou a expectativa do líder, que poderá avançar com as medidas que deseja com a troca da Constituição —como aumentar seus poderes e tentar acabar com os protestos da oposição.

    Juan Barreto - 6.abr.2013/AFP
    Maduro aparece ao lado do filho, Nicolás e da mulher, Cilia Flores, no fechamento da campanha de 2013
    Maduro aparece ao lado do filho, Nicolás e da mulher, Cilia Flores, no fechamento da campanha de 2013

    Os nomes dos eleitos começaram a ser divulgados nesta terça-feira (1º) pelo Conselho Nacional Eleitoral, e alguns deles foram diplomados. O número de votos que cada um obteve, no entanto, ainda não foi revelado.

    Nicolás Maduro Guerra, 27, concorreu a sua primeira eleição e será constituinte setorial dos servidores públicos. Ele ocupou diversos cargos no governo desde que seu pai assumiu a Presidência, em março de 2013.

    Sua madrasta, Cilia Flores, 64, chamada no chavismo de "primeira combatente", é cotada para ser vice-presidente da Constituinte. O comando da Casa deverá ficar com o radical Diosdado Cabello, número dois do chavismo.

    Já a ex-chanceler Delcy Rodríguez tem missão designada por Maduro desde antes de ser eleita. Ela deverá presidir uma comissão da "sobre a violência política desde 1999", ano da posse de Hugo Chávez (1954-2013).

    A oposição teme que o grupo decrete a prisão de seus líderes e torne seus partidos ilegais. Também estão entre os eleitos o ex-vice-presidente Aristóbulo Istúriz, a ex-ministra Iris Varela e Adán Chávez, irmão mais velho do líder da Revolução Bolivariana.

    Enquanto os constituintes eram diplomados, a Assembleia Nacional, dominada pela oposição, declarou não reconhecer os resultados da eleição para a Constituinte e sua instalação, prevista para a próxima quinta (3).

    Eles receberam o apoio de três chavistas dissidentes. A sessão aconteceu apesar do bloqueio de militantes governistas ao Palácio Legislativo, que o governo quer que seja a sede da Constituinte.

    JURISTAS

    À noite, dois indicados pela Assembleia Nacional para o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) buscaram abrigo na embaixada do Chile em Caracas. Beatriz Josefina Ruiz Marín e José Fernando Nuñez Sifonte se unem a Elenis Del Valle Rodríguez, que está na representação do país andino desde julho.

    Os três temem ser presos assim como outros três colegas —Ángel Zerpa, Jesús Rojas e Zuleima González—, que foram capturados pelo Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) e são processados por tribunais militares sob as acusações de traição à pátria e usurpação de funções da atual Corte, dominada pelo chavismo.

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    Tropa chavista

    Órgão eleitoral divulgou 32 nomes de candidatos eleitos à Constituinte convocada por Maduro; lista inclui mulher do presidente e outros aliados próximos

    • Cilia Flores: primeira-dama da Venezuela, apontada como possível vice na Constituinte
    • Nicolás Maduro Guerra: filho único do presidente, disputou primeira eleição
    • Diosdado Cabello: ex-presidente da Assembleia Nacional, é cotado para chefiar Constituinte
    • Aristóbulo Istúriz: ex-vice-presidente
    • Delcy Rodríguez: ex-chanceler, deve presidir comissão da verdade
    • Carmen Meléndez: almirante, ex-ministra da Defesa e ex-chefe de gabinete de Maduro
    • Germán Piñate: membro do Comando Central Bolivariano (órgão máximo do partido governista PSUV); é um dos aliados mais fiéis de Maduro
    • Ricardo Molina: ex-ministro de Transportes e Obras
    • María Iris Varela: ex-ministra do Serviço Penitenciário
    • Victoria Mata: ex-ministra do Esporte
    • Francisco Ameliach: ex-governador do Estado de Carabobo
    • Érika Farías: ex-ministra da Agricultura
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