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    Macri sobe o tom e pede suspensão definitiva da Venezuela no Mercosul

    SYLVIA COLOMBO
    DE BUENOS AIRES

    03/08/2017 15h03 - Atualizado às 17h50

    Aumentando o tom com relação à declaração conjunta amena divulgada após a última reunião do Mercosul, no último dia 21, em Mendoza, o presidente argentino, Mauricio Macri, disse nesta quinta (3) que a Venezuela "deve ser suspensa definitivamente do Mercosul. É inaceitável o que está ocorrendo neste país."

    É a primeira declaração mais incisiva de um membro do bloco desde a eleição da Assembleia Constituinte venezuelana, no último domingo (30).

    Em Mendoza, tanto o Brasil como a Argentina e o Paraguai quiseram um texto final da cúpula que colocasse mais pressão contra Maduro.

    O Uruguai, porém, foi contra, entre outros motivos porque o presidente do país, o socialista Tabaré Vázquez, tem em seu Congresso uma maioria de sua aliança, a Frente Ampla, que está a favor de uma solução negociada e sem a aplicação de sanções ou de ações mais duras contra o país caribenho.

    Nesta quinta-feira, em Mar del Plata, Macri expressou preocupação renovada após os eventos do fim de semana e chamou à ação os outros países da região.

    "Estamos alcançando um consenso em toda a América Latina e no mundo em geral de condenar o governo venezuelano", acrescentou. "A vida dos venezuelanos perdeu o valor. Deixou de ser uma democracia e os direitos humanos estão sendo violados sistematicamente", disse.

    Em Mendoza, havia ficado acertado que se daria início a um "período de consultas" que começaria com um convite a Maduro e a representantes da oposição venezuelana a irem ao Brasil —que exerce a presidência pro tempore do bloco— para iniciar essas consultas. Até agora, isso não aconteceu, colocando o Mercosul numa posição de espera diante do próximo passo.

    Também nesta quinta, Macri usou uma rede social para acusar Maduro de violar os direitos humanos.

    "Como um país democrático, a Argentina tem a posição definida de que a Venezuela deve ser suspensa do Mercosul", disse Macri no Twitter. ​"Vamos retirar de Nicolás Maduro a Ordem do General San Martin, pela violação sistemática de seu governo aos direitos humanos"

    Reprodução/Twitter

    Reprodução/Twitter

    COLÔMBIA

    O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, também criticou nesta quinta-feira a votação convocada pelo governo Maduro.

    Para ele, a Constituinte é a culminação da "destruição da democracia na Venezuela". Ele voltou a afirmar que Bogotá não irá reconhecer suas decisões.

    Além da Colômbia e da Argentina, outros sete países anunciaram que não reconhecerão a Assembleia Constituinte: Canadá, EUA, Costa Rica, Guatemala, México, Panamá e Peru. Também rejeitaram a votação a Espanha e o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Almagro.

    O Itamaraty declarou que a eleição "viola o direito ao sufrágio universal, desrespeita o princípio da soberania popular e confirma a ruptura da ordem constitucional".

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