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    Continuo sendo a procuradora da Venezuela, diz Ortega após destituição

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    06/08/2017 17h20 - Atualizado às 17h31

    Ueslei Marcelino/Reuters
    Venezuela's chief prosecutor Luisa Ortega Diaz speaks during a conference in defense of the Constitution in Caracas, Venezuela August 6, 2017. REUTERS/Ueslei Marcelino ORG XMIT: MBH02
    A procuradora Luisa Ortega Diaz durante evento em defesa da Constituição, em Caracas

    A advogada Luisa Ortega voltou a desconsiderar, neste domingo (6), sua destituição como procuradora-geral da Venezuela por parte da Assembleia Constituinte, que, segundo ela, é o "poder de fato" que governa o país agora.

    "Eu desconheço essa remoção, continuo sendo a procuradora-geral deste país", disse Ortega um dia após ser destituída pela Constituinte do presidente Nicolás Maduro, com quem rompeu há quatro meses após anos de orientação governista.

    A ex-funcionária insistiu que esta assembleia, que no sábado iniciou os trabalhos tirando-a do cargo, é "ilegítima e inconstitucional".

    "Estamos diante de um poder de fato, aqui não há governo. Quem ocupa ilegalmente o poder é essa Assembleia Nacional Constituinte presidencial", destacou Ortega, que se declara chavista.

    Ela disse, ainda, que a decisão de destituí-la, que teve alto repúdio internacional, foi uma "ordem do Executivo".

    "O que a Constituinte está fazendo é perseguir; foi convocada ilegalmente. A eleição também foi, a participação foi muito pequena e as poucas pessoas que compareceram, o fizeram obrigadas", acrescentou Ortega, assegurando que o Ministério Público recebeu denúncias de instituições públicas que obrigaram seus funcionários a votar.

    Os mais de 500 integrantes da Constituinte, instalada na sexta-feira em meio ao forte repúdio internacional, foram eleitos com mais de oito milhões de votos, segundo o poder eleitoral, mas a oposição não a reconhece e denuncia que é uma fraude para instaurar uma "ditadura comunista".

    BRASIL

    O Itamaraty condenou a decisão do governo da Venezuela de destituir a procuradora-geral do país, Luisa Ortega e classificou a medida como "arbitrária e ilegal".

    "A medida compromete a independência do Ministério Público e a preservação das garantias e liberdades fundamentais, confirmando a instauração de um estado de exceção na Venezuela", diz o Ministério das Relações Exteriores, em nota.

    No sábado, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, já havia criticado a destituição da Ortega durante coletiva para anunciar suspensão da Venezuela do Mercosul.

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