A Marinha da Líbia anunciou nesta quinta-feira (10) a criação de uma zona de busca e resgate de migrantes em seu litoral na qual fica proibida a entrada de embarcações estrangeiras, em especial as de ONGs que fazem operações para retirar das águas botes com grupos que tentam cruzar o Mediterrâneo para chegar à Europa.
O ingresso desse tipo de barco só ocorrerá mediante pedido às autoridades líbias, de acordo com o general Abdelhakim Buhaliya, comandante da base naval de Trípoli, capital do país.
Mahmud Turkia - 6.ago.2017/AFP | ||
Imigrantes retirados de barco interceptado pela Guarda Costeira chegam a centro de detenção na Líbia |
Um porta-voz da Marinha, o general Ayub Kacem, afirmou que a medida se destina a conter o trabalho das ONGs humanitárias.
A Guarda Costeira da Líbia é criticada com frequência por voluntários dessas instituições por causa das dificuldades que impõem durante a ajuda aos migrantes que tentam a travessia ilegal.
Os traficantes de pessoas têm se aproveitado do caos político que assola a Líbia desde a queda do regime do ditador Muammar Gaddafi, em 2011, para coordenar um esquema que faz com que dezenas de milhares de migrantes saiam da costa do país rumo à Itália todo ano.
A Marinha da Líbia, que tem uma capacidade operacional bastante reduzida em um país fragmentado, pediu ajuda recente às forças italianas, afirmando que não tem condições materiais de vigiar todo o seu litoral.
"Com este anúncio, desejamos enviar uma mensagem clara a todos os que atentem contra a soberania da Líbia e desrespeitem as ordens da Guarda Costeira do país, declarou o general Kacem.
"As ONGs devem respeitar nossa vontade e obter a autorização do Estado líbio inclusive para as operações de resgate", disse.
O anúncio foi feito pelas autoridades leais ao chege do Governo de União Nacional, o premiê Fayez al-Sarraj, que tem o aval da comunidade internacional, mas não consegue se impor na parte leste do país, onde há um governo rival, com sede em Tobruk.
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