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    Governo Trump

    Trump diz que não descarta uma opção militar contra a Venezuela

    ISABEL FLECK
    DE WASHINGTON

    11/08/2017 19h26 - Atualizado às 22h04

    Ronaldo Schemidt/AFP
    O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, fala em sessão da Assembleia Constituinte na quinta-feira (10)
    O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, fala em sessão da Assembleia Constituinte na quinta-feira (10)

    O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (11) que não descarta uma "opção militar" contra a Venezuela. Sem detalhar, ele disse que, "se for necessário", poderá buscar uma ação militar.

    "Temos muitas opções para a Venezuela, inclusive uma opção militar se for necessário", afirmou, em Nova Jersey, quando questionado por uma repórter sobre a situação do país sul-americano.

    Trump não quis dar mais detalhes, só repetiu que uma opção militar é "certamente algo que podemos buscar".

    "[A Venezuela] é nossa vizinha, e nossas tropas estão por todo o mundo, em lugares muito, muito distantes. A Venezuela não é muito longe, e as pessoas estão sofrendo e morrendo", disse o americano.

    A declaração ocorre na mesma semana em que Trump subiu o tom contra a Coreia do Norte, ao dizer que os EUA responderiam "com fúria e fogo" caso o regime do ditador Kim Jong-un continuasse a ameaçar Washington com testes de mísseis.

    O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, afirmou que a ameaça é "um ato de loucura" de Trump e chamou o governo americano de "um grupo de supremos extremistas da elite mundial".

    "Com esse pensamento, [Trump] vai acabar com a humanidade, com o planeta, com os recursos ambientais. Não sabemos qual será o futuro do mundo assim, mas, se vier, nós estaremos na primeira fila defendendo o país."

    Padrino López afirmou que a Chancelaria venezuelana prepara uma declaração sobre as declarações do presidente americano, que será divulgada nas próximas horas.

    Nesta quinta-feira (10), o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, havia dito que pediu ao chanceler venezuelano que ele contatasse Washington para tentar arranjar um telefonema com Trump, ou até mesmo um encontro durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro, em Nova York.

    "Se está tão interessado na Venezuela, estou aqui 'mister Trump', aqui está minha mão", disse, para na sequência chamá-lo de imperador e fazer uma ameaça. "Jamais vamos nos render e responderemos a uma agressão com armas na mão."

    A crise venezuelana se acirrou depois da eleição de uma Assembleia Constituinte, no último dia 30, em uma votação contestada pela comunidade internacional.

    Um dia após a eleição, Washington declarou que Caracas é uma ditadura e aplicaram sanções contra o ditador Maduro, a quem acusam de romper a ordem constitucional.

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    O pacote de sanções a Maduro foi o quarto anunciado pela Casa Branca neste ano. No fim de julho, 13 pessoas foram punidas pelo papel na convocação da Constituinte e pela repressão a protestos.

    Dentre eles, estão a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena, o ministro do Interior, Néstor Reverol, os comandantes da polícia e das Forças Armadas e executivos da petroleira estatal PDVSA.

    Em maio, fora a vez de oito integrantes do Tribunal Supremo de Justiça que anularam os poderes da Assembleia, e antes, do vice-presidente Tareck El Aissami, suspeito de ligação com o tráfico.

    A Assembleia Nacional Constituinte fez sua primeira sessão na última terça-feira (8). Composta por 545 deputados —todos chavistas—, a Casa já aprovou por unanimidade um decreto que proclama a subordinação de todos os órgãos do poder público à nova instância.

    O número dois do chavismo, Diosdado Cabello, anunciou na quinta-feira que os candidatos da oposição às eleições regionais de dezembro precisarão de um "atestado de boa conduta" emitido pela Constituinte.

    A ONU denunciou que as forças de segurança da Venezuela têm utilizado força excessiva -assim como torturas- para reprimir os protestos contra Maduro, provocando a morte de dezenas de pessoas desde abril.

    Folhapress
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