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    Aliado chavista, presidente do Equador critica prisões políticas na Venezuela

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    15/08/2017 20h21

    Santiago Armas - 10.ago.2017/Xinhua
    O presidente do Equador, Lenín Moreno, participa da comemoração da independência do país, no dia 10
    O presidente do Equador, Lenín Moreno, participa da comemoração da independência do país, no dia 10

    O presidente do Equador, Lenín Moreno, se disse preocupado "com a quantidade de presos políticos" na Venezuela, em uma crítica que quebra com a defesa que seu governo fazia até agora ao regime de Nicolás Maduro.

    Embora tenha citado o respeito à autodeterminação dos povos e a não ingerência, posição equatoriana desde que começaram os protestos contra o chavista, condenou "de forma enérgica" as mortes nas manifestações.

    "Não deixa de nos preocupar também a quantidade de presos políticos. A democracia é aquela em que os problemas se resolvem com o diálogo entre todos os atores", disse, em seu programa na noite de segunda-feira (14).

    "Lembro que o melhor mecanismo para isso é a democracia direta, que para os mandatários deveria ser a última palavra. Nossa profunda solidariedade com o povo venezuelano, nosso mais profundo desejo de que cheguem à paz logo e que não se derrame mais nenhuma gota de sangue."

    Esta é a primeira declaração de Moreno sobre a crise venezuelana desde que tomou posse, em 24 de maio. Quem se manifestava sobre o conflito até então era a ministra das Relações Exteriores, María Fernanda Espinosa.

    Ela ratificou o apoio a Maduro em cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba), no dia 8 em Caracas, e repudiou a declaração de Donald Trump, que não descartou a "opção militar" contra a Venezuela.

    Além das possíveis críticas do chavismo, o discurso deve piorar a estremecida relação de Moreno com seu padrinho, Rafael Correa. No sábado (12), o ex-presidente chamou seu sucessor, que ajudou a eleger, de traidor.

    Ele disse ter sido ingênuo em relação ao afilhado e o acusou de querer destruir seu legado e cassar seus direitos políticos. "Sempre soubemos que era uma pessoa sem convicções. Jamais imaginamos seu nível de deslealdade."

    O ataque foi feito dias depois que Moreno retirou todas as funções de seu vice, Jorge Glas, envolvido em denúncias de corrupção que incluem a relação com a construtora brasileira Odebrecht.

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