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    Trump recua e culpa antirracistas por violência em ato da extrema direita

    ISABEL FLECK
    DE WASHINGTON

    16/08/2017 00h43

    Depois de levar dois dias para condenar as ações dos supremacistas brancos, o presidente Donald Trump defendeu seus primeiros comentários sobre a violência em Charlottesville e reafirmou que "há culpa dos dois lados", ambos "muito violentos".

    "Havia um grupo sendo mau, e outro grupo que também estava sendo muito violento", disse Trump, que travou um embate com jornalistas que questionaram a equiparação entre os manifestantes de extrema direita e os que protestavam contra eles.

    Kevin Lamarque/Reuters
    O presidente dos EUA, Donald Trump, concede entrevista coletiva na Trump Tower, em Nova York
    O presidente dos EUA, Donald Trump, concede entrevista coletiva na Trump Tower, em Nova York

    O presidente questionou se a "alt-left" —uma provocação em resposta a questionamentos sobre a alt-right, a direita alternativa que flerta com os supremacistas também deveria ser culpada pela violência que culminou em ao menos uma morte.

    Entre os manifestantes estavam os "antifas", ou antifascistas, que confrontaram os supremacistas. "E o fato de eles terem vindo com porretes? É um problema? Eu acho que é", disse Trump, acusando a mídia de fazer uma cobertura parcial do episódio.

    "Eu condenei os neonazistas, eu condenei muitos grupos, mas nem todas aquelas pessoas eram neonazistas ou supremacistas. Aquelas pessoas também estavam ali para protestar contra a retirada da estátua do [general confederado] Robert E. Lee .

    Trump também criticou o movimento pela retirada da símbolos dos Estados Confederados, que na Guerra Civil americana (1861-65) defendiam a manutenção da escravidão.

    "Pensei: 'Vai ser o George Washington na próxima semana? E o Thomas Jefferson depois?'", disse, lembrando que o primeiro e o terceiro presidentes dos EUA tinham escravos.

    As declarações de Trump têm repercutido além das esferas ativistas. Nesta terça, dois líderes da federação do sindicatos dos trabalhadores dos EUA (AFL-CIO) e um da Aliança para a Manufatura Americana deixaram o Conselho Americano de Manufatura, uma iniciativa de Trump, por causa da demora do presidente em condenar os racistas.

    Na véspera, haviam deixado o conselho os CEOs da farmacêutica Merck, da gigante de tecnologia Intel e da empresa de artigos esportivos Under Armour.

    Editoria de Arte/Folhapress
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