• Mundo

    Tuesday, 07-May-2024 02:52:03 -03

    Em reunião em Brasília, Temer e Cartes voltam a criticar a Venezuela

    GUSTAVO URIBE
    DANIEL CARVALHO
    DE BRASÍLIA

    21/08/2017 22h06

    O Brasil e o Paraguai voltaram a criticar nesta segunda (21) a ruptura da ordem democrática na Venezuela e disseram não reconhecer o poder da Assembleia Constituinte, controlada pelo regime de Nicolás Maduro.

    Em comunicado, os presidentes Michel Temer e Horácio Cartes criticaram o "caráter ilegítimo" da Constituinte e declararam "pleno respaldo" à Assembleia Nacional, onde a oposição ocupa a maioria dos assentos.

    Demétrius Abrahão/Fotoarena/Folhapress
    O presidente da republica, Michel Temer, recebe nesta segunda (21) o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, em cerimonia no Palácio do Planalto, em Brasilia, DF.
    Michel Temer recebe o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, em cerimonia no Palácio do Planalto

    "Os presidentes reafirmaram a condenação à violação sistemática dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, à violência, repressão e perseguição política, à existência de presos políticos e à ausência de eleições livres sob observação internacional independente", assinalaram os dois países.

    O documento foi divulgado durante visita oficial de Cartes ao Brasil. Em discurso, durante almoço promovido pelo Palácio do Itamaraty, o paraguaio afirmou que os dois países têm adotado atitudes "firmes" e "pacíficas" em relação à Venezuela.

    "Elas motivaram muitos países a proporem medidas que contribuíssem para a desejada restauração da institucionalidade democrática de nossa república-irmã."

    RORAIMA

    Também nesta segunda, a prefeita de Boa Vista (RR), Teresa Surita (PMDB), se reuniu com representantes do governo Temer para tratar da situação dos venezuelanos que migram para Roraima: "É fundamental a ajuda federal. Pedi assistência em saúde, emprego, social e indígena. Agora, vamos discutir com o governo federal a melhor forma de executar esse plano".

    A proposta inclui medidas como recepção dos imigrantes, implantação de centro de triagem e abrigo para indígenas, oferta de aluguel social e aulas de português e de qualificação profissional, além de um recenseamento.

    Estimativas oficiais indicam que haja no Brasil ao menos 10 mil venezuelanos vivendo ilegalmente, concentrados em Roraima -entre eles, 500 indígenas da etnia warao que fugiram para o país com o agravamento da crise. De janeiro a maio, o Brasil recebeu 3.000 pedidos de refúgio de venezuelanos.

    Segundo a prefeitura de Boa Vista, neste ano já houve 9.296 pedidos de refúgio, sendo 2.858 em julho, quando houve aumento de 50% em relação ao mês anterior.

    "O número de pessoas vivendo em Boa Vista é bem maior do que os dados estatísticos", diz trecho do plano de trabalho apresentado pela prefeita.

    A prefeitura afirma que, com o crescimento exacerbado de pessoas vindas da Venezuela para Boa Vista, sua capacidade de atendimento pode ser colocada em risco. "Isso poderá gerar descontinuidade em vários serviços".

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024